Meu nome é Luís Augusto Símon, mas pode chamar de Menon. Sou jornalista há 38 anos e antes eu sonhava em ser jornalista.
Ancelotti vai imitar Dunga e sofrer sem Neymar na Copa
Aos 33 anos, o craque não parece ter fôlego para ser titular, mas o banco de reservas com ele ganha muita qualidade
Em 11 de junho de 2010, o Brasil enfrentou a Holanda pelas quartas-de-final da Copa da África do Sul. Saiu na frente, com gol de Robinho a dez minutos. Kaká quase fez o segundo, mas a Holanda virou, com gols de Sneijder, aos oito e 23 do segundo tempo. Mais cinco minutos e Felipe Melo foi expulso.
Bateu o desespero. Dunga, o treinador, olhou para o banco e viu Nilmar, Grafite, Ramires e Júlio Batista. O desespero aumentou. Trocou Luis Fabiano por Nilmar e nada adiantou.
Neymar não estava no banco. Assim como Menotti fez com Maradona em 1978, Dunga não quis arriscar. Deixou o garoto de 18 anos, bom de bola, no Brasil. E caiu nas quartas.
Agora, Neymar tem 33 anos. Já jogou três Copas e, afetado por contusões, não rendeu o que se esperava. Viveu de momentos fugazes, como o lindo gol contra a Croácia, em 2022. Virou capitão, sem ter estofo para tanto.
Pior; as contusões continuaram e os dois últimos anos foram de poucos jogos.
Ancelotti, informa Rodrigo Mattos, não acredita que ele terá condições físicas para render na Copa.
Tudo indica que Neymar está fora. Uma decisão baseada na frieza dos dados. Justa, enfim.
Mas a última convocação de Ancelotti aponta para um meio campo formado por Casemiro, Bruno Guimarães e Paquetá. Se algo não estiver bem, o treinador pode olhar para o banco e escolher entre Andrey Santos e Fabinho.
É muito arriscado. É bom não repetir Dunga e ter Neymar como opção. Mesmo que seja esta atual versão, tão esmaecida. Ah, mas Neymar como reserva é um problemão. Sim, um problemão para quem recebe um salarião.
Abrir mão de Neymar é a solução mais sensata. Mas, quem falou que sensatez é melhor que ousadia?
