Chegou a tua vez, moleque!

Este romance, que escrevi este ano, é um tanto diferente dos que estou habituado a escrever: pode ser considerado mais ingênuo, por exemplo. Mas com humor, como sempre.

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Este romance, que escrevi este ano, é um tanto diferente dos que estou habituado a escrever: pode ser considerado mais ingênuo, por exemplo. Mas com humor, como sempre. Por Mouzar Benedito* Amigos, cedi aos “encantos” de um novo formato de livro, que não precisa de papel: o e-book. Eu mesmo não tenho equipamento para ler isso, mas cansei de manter livros que acho bons “na gaveta”, esperando que editoras se interessem por eles. Este romance, que escrevi este ano, é um tanto diferente dos que estou habituado a escrever: pode ser considerado mais ingênuo, por exemplo. Mas com humor, como sempre. Procurei, nele, retratar um modo de vida que já se passou, contado por um adolescente que se depara com um momento de travessia em sua vida. Um momento decisivo. Resolvi, então, colocar neste formato na Amazon, depois de inscrevê-lo num concurso promovido pela Kindle. Chegou a tua vez, moleque! está à venda na Amazon por menos de R$ 9,50 (três dólares – a moeda de referência deles). Espero que vocês leiam e, agradeço por isso. Agradeço mais ainda a quem se dispuser a avaliar o livro dando no saite da Amazon o número de estrelas que acharem que ele merece (não é preciso me favorecer – que avaliem pra valer). Conto abaixo só um pouquinho sobre o livro. Não era à toa que o moleque tinha apelido de Zureta. Visto como meio maluco, numa cidadezinha minúscula perdida nas montanhas de Minas, repleta de personagens não menos malucas, ele encontra espaço para o humor, ironia e um pouco de romantismo no modo como vê as coisas, nos dias em que se despede de Cafezais, a cidade que além de minúscula enfrenta uma decadência econômica que, aliás, atingia toda a região, no final dos anos 1950 e início dos 60. Não havia como um jovem que queria estudar e trabalhar permanecer ali. Ainda mais sendo de família numerosa e com pouca renda, num lugar em que o dinheiro tem pouca circulação. A prática do escambo é comum, embora esta palavra nem seja conhecida pelos moradores desse lugar. Dois dos seus irmãos já tinham se mandado dali e desde que o segundo se foi ele já sabia que seu dia chegaria. Apesar de mal ter completado 16 anos de idade, e de trabalhar, Zureta participa ativamente dos acontecimentos da juventude local, incluindo, por exemplo, serenatas e roubos de frangos para o que chamavam “ceias” feitas em botecos nas madrugadas frias da região montanhosa. E com sua pouca idade já reflete sobre sua vida passada e as expectativas de quem deixa um lugarejo quase rural para encarar uma metrópole com milhões de habitantes. Era um tempo em que poucas notícias chegavam a lugares como aquele, onde não havia também muita gente com escolaridade razoável, mas havia, sim, o interesse pelo que acontecia no Brasil e no mundo. E muitas “descobertas”, muita curiosidade. Os leitores da geração que viveu essa época certamente se identificarão lendo este romance. E os das gerações mais novas vão, também certamente, se deparar com um Brasil e um mundo que não voltam mais. Certo, é ficção. Mas menos do que podem imaginar. É um livro que gostei muito de escrever, e acredito que vão gostar. * Mouzar Benedito, mineiro de Nova Resende, é geógrafo, jornalista e também sócio fundador da Sociedade dos Observadores de Saci (Sosaci). Foto: Divulgação/Amazon