Ho Chi Minh

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Acabei de ler agora um livro que aparentemente nada tem a ver com o Brasil, com o povo brasileiro. É uma biografia de Ho Chi Mihn, líder dos vietnamitas que derrotaram na guerra japoneses, franceses e o poderoso exército dos Estados Unidos. Ele tem muito a ver com os jovens de praticamente todo mundo, inclusive do Brasil, que viveram em 1968, auge da Guerra do Vietnã. Ho Chi Minh, presidente do então Vietnã do Norte, foi um modelo de revolucionário e de homem que soube liderar seu povo. Era rígido em termos de princípios, mas amável e flexível no trato com as pessoas. Era chamado de Tio Ho pelos vietnamitas, especialmente pelas crianças. Acredito que vale para ele a célebre máxima de Che Guevara: Hay que endurecerse pero sin perder la ternura jamás. A maior parte de sua vida foi na clandestinidade, trocando de nomes para não ser preso, mas mesmo assim foi pego algumas vezes, sofreu nas prisões e no exílio. Trabalhou como marinheiro, cozinheiro, jornalista e mais um monte de coisas, sempre estudando e procurando formas de ação revolucionária. Depois de ter derrotado os exércitos do Japão e em seguida o da França, os vietnamitas sofreram uma agressão desproporcional do mais poderoso país do mundo, os Estados Unidos, numa guerra que durou de 1956 e foi crescendo, com a chegada de tropas e mais tropas norte-americanas, e terminou só em 1975, com a derrota dos Estados Unidos e seus aliados da direita do Vietnã do Sul. Ho Chi Minh não viu o fim da guerra: morreu em 1969, com quase 80 anos de idade. Seu amigo, general Giap, grande estrategista, conduziu o exército vietnamita até a vitória. Durante todo esse período, boa parte da juventude do mundo todo acompanhava os feitos heróicos dos vietnamitas e de seu líder. Daí ser ele um herói para nós todos. Um herói que merece ser conhecido pela juventude atual. João Mendonça de Lima Neto, que serviu na embaixada do Brasil no Vietnã entre 2009 e 2012, estudou muito o país e Ho Chi Minh, e escreveu um belo livro com o título Ho Chi Minh, publicado recentemente pela editora Publisher Brasil, a mesma da revista Fórum. É um livro que recomendo.