A candidatura de Haddad está mais forte, pero no mucho

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O ministro da Educação Fernando Haddad conseguiu ampliar suas chances de ser o candidato do PT para a disputa da prefeitura neste mês de agosto. Entre outros motivos, pelos apoios que conseguiu fora da cidade de São Paulo. Os eleitores pesos-pesados do ministro são, além de Lula, os prefeitos de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho, e de Osasco, Emídio de Souza. Além do presidente estadual do PT, o deputado estadual com base em Araraquara, Edinho Silva. É esse trio de mosqueteiros que tem realizado todos os movimentos político partidários em nome de Lula para avançar com a candidatura do ex-ministro. Isso não significa que na cidade a ex-prefeita e atualmente senadora reine soberana hoje no petismo. Uma boa parte das lideranças políticas considera Marta Suplicy uma boa candidata para o primeiro turno, mas com teto para o segundo. Ou seja, ao mesmo tempo em que o PT tem dois candidatos, não tem nenhum que empolgue totalmente o partido para a disputa. Mas isso não é exclusividade do PT. A disputa em São Paulo está completamente aberta. O nome mais forte seria o de Serra, mas mesmo no PSDB há quem avalie que ele não é tão imbatível assim. Se Serra vier a ser candidato, o PMDB deve sair com Chalita e o PCdoB com Netinho. Ou seja, dificilmente a fatura seria liquidada no primeiro turno. E mesmo que Serra unisse Kassab e Alckmin no seu palanque, teria todos os outros pleiteantes contra ele no segundo turno. E ainda teria que dizer mil vezes que terminaria o mandato como prefeito. Mas mesmo jurando isso no pé da santa, não convenceria boa parte do eleitorado. Sem Serra, o PSDB deve ir de Bruno Covas ou de Aloysio Nunes Ferreira, nome que ganhou força nos últimos dias. A candidatura de Andréa Matarazzo é ladainha para boi dormir. Os tucanos sabem que com um Matarazzo candidato de um partido notadamente de elite seriam massacrados nos bairros populares. Enquanto tucanos e petistas ficam na indefinição, Kassab vai armando seu jogo. Dá sinais de que vai com Serra se este vier a ser o candidato e ao mesmo tempo prepara uma candidatura pelo PV, Eduardo Jorge, e outra pelo PSD, Guilherme Afif. Dificilmente qualquer uma delas teria alguma chance na próxima eleição. Kassab tem a força da máquina, mas tanto tucanos como petistas também. Um partido governa o Brasil e o outro o estado. Tudo indica que o segundo turno de São Paulo terá um candidato petista e outro tucano. E por isso Lula prefere Haddad. Acha que ele conseguirá aglutinar mais apoios para vencer. Mas Lula sabe que Haddad precisa convencer o partido em São Paulo. O que não é tão difícil quanto parece. Mas o ministro vai precisar mudar seu estilo. Terá de aprender a enfiar o pé na lama sem levantar a barra da calça e a conversar olhando no olho das pessoas. Também vai ter de aprender a ouvir. Aliás, esse é o maior dom político de Lula. Ele ouve. Se o ministro tem o presidente como parâmetro, é bom começar a prestar mais atenção no seu jeito de fazer política.