Aécio, Mercadante e o futuro de PT e PSDB

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São Paulo e Minas são os dois maiores colégios eleitorais do país. Nada de novo no front. A questão é que o jogo que se joga nesses estados na atual eleição vai determinar em boa medida as duas ou três próximas disputas presidenciais. Aécio Neves tem tudo para se tornar o herdeiro do PSDB. Seu candidato a governador já teria ultrapassado Hélio Costa, segundo a última pesquisa Ibope. Isso numa eleição que dificilmente terá segundo turno, já que os outros concorrentes são eleitoralmente inexpressivos. Ou seja, Aécio pode eleger seu poste já em 3 de outubro. E ainda se eleger senador, levando a tiracolo para o Senado seu companheiro de chapa, o ex-presidente Itamar Franco. Se isso vier a ocorrer, Lula poderá ter cometido seu grande erro político dessas eleições em Minas Gerais. Com dois candidatos da base no estado, muito provavelmente haveria segundo turno. Mas talvez o nome do jogo para o futuro das próximas eleições, por incrível que pareça, não seja o de Aécio Neves, mas o de Aloísio Mercadante. Mercadante tem chances reais de derrotar Alckmin em São Paulo. Pela última pesquisa Ibope está com 23%. Nessa mesma época, contra Serra, em 2006, tinha 16%. Terminou a eleição com 32%. Com aloprados e tudo o mais. Fazer esse tipo de conta é algo meio amalucado, mas, noves fora, em 35 dias Mercadante dobrou de tamanho há quatro anos. Se isso acontecer agora, poderia chegar a 46%. Não precisa de tudo isso para ir bem posicionado para o segundo turno. Batendo em 40%, a disputa será pau a pau com Alckmin. A eleição de Mercadante em São Paulo mexeria com todas as cartas das futuras eleições presidenciais. Entre outras coisas, por exemplo, porque poderia levar Aécio a rumar com a sua turma para o PMDB, já que a aliança demo-tucana se tornaria algo inexpressivo para quem deseja ser presidente da República. A eleição que definirá o futuro de tucanos e petistas para os próximos anos não é mais a presidencial. É a disputa estadual, fundamentalmente as que acontecem em São Paulo e Minas Gerais. E a mídia tucana já se apercebeu disso. E mudou seu foco. Serra foi cristianizado, mas não em detrimento de outro candidato que dispute o mesmo cargo que o seu. Foi cristianizado para que projetos estaduais não sejam tsunamisados pela onda vermelha. O que ainda pode vir a acontecer. Transformando Mercadante no maior beneficiário desse fenômeno.