Alckmin deu uma entrevista com gosto de chuchu à paulista na GloboNews

Foi uma entrevista chuchu, à medida para um candidato sem gosto feita por uma bancada que só explorou suas contradições udenistas. Ou se preferirem, moralistas.

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Alckmin não empolga o Brasil nem com reza brava. Ele é a cara de São Paulo. Ou melhor, daquele suposto cidadão de bem de São Paulo. Que vai à igreja nos domingos, empurra o carrinho na feira para a esposa e ao mesmo tempo faz todo tipo de sacanagem nas reuniões da maçonaria. Alckmin é um paulista perfeito. E por isso mesmo ele só falou de São Paulo na entrevista da GloboNews. Não usou a palavra Nordeste, por exemplo, nenhuma vez. Isso gera antipatia e não empatia com o resto do país. Como também não falou de fome, doenças que estão voltando a matar crianças, tragédias ambientais, bolsa família, salário mínimo ou outras questões de interesse popular, porque na sua linguagem tucana o que importa é a “agenda da competitividade”, “confiança internacional”, “respeitabilidadeeee”. É um discurso oco, sem eco. Algo que soa como música para o ouvido de uma classe média muito definida. Mas que não convence o Brasil real. Alckmin até foi pressionado pela bancada de jornalistas e teve que responder sobre casos de corrupção, especialmente dos seus “novos aliados” da vida inteira do chamado centrão. Mas não teve que tratar das contradições de suas propostas. Alckmin não teve que responder sobre a crise da greve dos caminhoneiros que foi gerada pela irresponsabilidade de Pedro Parente, ex-presidente da Petrobras, que foi indicado pelo PSDB e cuja gestão à frente da estatal foi uma tragédia. Também não teve que responder sobre qual era reforma da previdência e política de salário mínimo que defende. Não teve que falar de programas sociais e nem de investimentos em educação. E quando falou, defendeu o fim da gratuidade da pós-graduação em universidades públicas. Foi uma entrevista chuchu, à medida para um candidato sem gosto feita por uma bancada que só explorou suas contradições udenistas. Ou se preferirem, moralistas. Alckmin deve ter empolgado seu eterno eleitorado paulista. Nada mais. Mas mesmo assim, não tirou do lugar aqueles que andam muito putos e por isso estão com Bolsonaro. Alckmin continua do mesmo jeito e com o mesmo gosto. E os jornalistas da GloboNews também não mudaram. Preferiram passar o tempo falando de corrupção e impostos. Porque, como sabem os leitores deste blogue, isso é o que importa para o andar de cima, que é onde mora o discurso de Alckmin.