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Bolsonaro estará hoje em Marabá, no sudeste paraense, uma das cidades que foi brutalmente atacada pela repressão militar à resistência do Araguaia, nos anos 1970, que deixou dezenas de mortos e desaparecidos.
É mais uma clara tentativa de reconstruir a história e de apagar as atrocidades da ditadura.
Na agenda de Bolsonaro, o principal ponto será uma visita à sede da 23.ª Brigada de Infantaria do Exército, com a participação de “todos” os comandantes dos quartéis de Marabá. Ao lado dele, estará um dos ex-comandantes militares da Amazônia, o general da reserva Augusto Heleno Ribeiro Pereira.
General Heleno, como é conhecido, é cotado para vice na chapa de Bolsonaro e afirmou ao Estado de S. Paulo que o passado da guerrilha está superado e não tem conexão com o presente. “É uma viagem sentimental”, afirmou.
História da Guerrilha
Ocorrida entre 1966 a 1974, a Guerrilha do Araguaia é um episódio importante da história do Brasil. Foi ali naquela região do Pará que se deu a maior resistência armada contra o regime ditatorial.
E por este motivo o local recebeu um contingente militar comparável ao da Força Expedicionária Brasileira (FEB), que lutou na Europa durante a Segunda Guerra Mundial.
O movimento guerrilheiro foi organizado pelo Partido Comunista do Brasil (PCdoB), mas só resistiu porque contava com amplo apoio dos camponeses que ali viviam e que eram submetidos a uma vida sem qualquer dignidade.
Para derrotar o movimento, a ditadura militar, defendida por Bolsonaro, prendeu e torturou não apenas guerrilheiros, mas moradores, entre eles mulheres e menores de idade.
O documentário Camponeses do Araguaia – A Guerrilha Vista Por Dentro, de Vandré Fernandes, conta esta história. É imprescindível assisti-lo neste momento em que se tenta reescrever a história, dando ares de heroísmo a atos de barbárie.