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A revoada de vereadores do PSDB de São Paulo para o PSD na cidade de São Paulo precisa ser melhor dimensionada. Dos 13 eleitos, seis estão deixando o ninho tucano para o partido que não é de esquerda, nem de direita e nem de centro. Isso pode significar alguma coisa em 2012 para a oposição. Ou absolutamente nada.
A primeira sensação é de que um rompimento sempre deixa feridas e as vezes difíceis de cicatrizar num curto espaço de tempo. E que a oposição pode se aproveitar disso para ganhar espaço. Pode ser que sim, mas acho pouco provável.
Essa é a tese que agrada muitos que têm feito acenos e outras coisas mais ao grupo do atual prefeito, entre eles o PCdoB. Mas isso só valeria se Kassab lançasse um candidato que não conseguisse ir ao segundo turno. E depois da derrota, pulasse pro barco do candidato contrário ao tucanato.
Mas isso dificilmente deve acontecer, porque José Serra tende a ser candidato a prefeito em 2012.
E Kassab marchará com ele.
Há motivos de sobra para que isso ocorra. Mas dois são implacáveis.
O primeiro é que nas hostes demo-tucanas (e agora também nesta nova invenção chamada PSD), quem não tem controle da máquina, não apita nada. E serra não agüenta ficar sem apito por muito tempo.
O segundo motivo é que esse racha e a criação do novo partido interessam mais a Serra do que a qualquer outro político brasileiro.
A direção do DEM já havia fechado com Aécio para presidente em 2014. Agora o DEM ficou menor ainda do que já era e dificilmente vai ter algum protagonismo nas próximas eleições presidenciais. Provavelmente nem existirá.
Além disso, com esse racha em São Paulo, só uma pessoa tem condições de unir a atual situação para a disputa no ano que vem. Quem? Quem? Claro, ele, o próprio Serra. Que pode colocar no mesmo palanque Alckmin e Kassab.
E garantir ao atual prefeito que vai ajudar seu partido a fazer vários vereadores, o que lhe permitirá algum controle da maquina pública da cidade e musculatura pra seguir em frente com seu projeto pessoal.
Além disso, Kassab sabe (o trocadilho não é proposital) que tanto Serra como Alckmin podem ser candidatos a presidente em 2014. Até porque Aécio não será candidato sem desafiar o teste de bafômetro das lideranças paulistas.
E a depender de como as coisas vierem a caminhar, a candidatura ao governo do Estado por esse frentão pode cair no colo dele, o atento Kassab.
Ou seja, quem está se juntando ao prefeito alegando que ajuda a oposição com essa estratégia, faz jogo de cena e brinca de que faz política com "p" maiúsculo. O buraco é bem mais embaixo.
Kassab pode ser acusado de tudo, menos de tonto. E só se fosse um completo idiota é que estaria mexendo suas peças num tabuleiro tão imbricado sem pensar em como fazer lances futuros para não perder o que construiu.
E o que ele construiu está do lado de lá. Bem do lado de lá. E o Kassab sabe.