Deputado do PT confirma pressões e divisão sobre anistia a caixa 2

Principalmente deputados de São Paulo estão articulando a favor do acordo com Rodrigo Maia e Michel Temer pela aprovação da anistia ao caixa 2.

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O blogue conversou hoje cedo com um dos deputados do PT que participam do manifesto contra a anistia ao caixa 2 assinado por 25 membros da bancada na Câmara Federal e publicado aqui. Em síntese, o deputado disse: - Que a aprovação deste texto é parte do acordo que garantiu a aprovação do impeachment de Dilma, ou seja, o golpe. - Que os líderes pela sua aprovação são o presidente da República Michel Temer e o presidente da Câmara Rodrigo Maia. Eles estão operando de forma direta no caso. - Que mesmo com tudo que está acontecendo, alguns parlamentares parecem viver num mundo paralelo e que teriam perdido o contato com as ruas. - Que infelizmente há uma turma de tamanho razoável no PT que tem medo da delação. Ironicamente ainda disse: até porque cada um sabe o que teria feito no verão passado. - Que o texto que buscam aprovar é bizarro. Anistia civil, criminal e eleitoralmente a todos até a data da aprovação. Que ficam todos impunes pelo que não foi declaro ou não contabilizado. - Que dentro do partido são principalmente deputados de São Paulo, Vicente Cândido e José Mentor os principais, que estão articulando a favor do acordo com Maia e Temer. - Que dificilmente a anistia não vai passar porque o medo da delação da Odebrechet é generalizado. Que os deputados olham para a situação de Cabral, Garotinho, Palloci etc. e pensam que podem ser os próximos, até porque muitos não devem se eleger em 2018. - Que o clima no Congresso é agressivo e violento para fazer este debate. Que os deputados que se manifestam a favor estão ameaçando aqueles que não assumem o projeto. - Que no PT o clima é mais velado, mas que o líder Afonso Florence (BA) está sendo muito pressionado. - Que PSDB e DEM teriam dito a Maia que se a liderança do PT não assinar a favor do projeto, eles também não assinarim. Porque não vão deixar o partido sair de "bom moço" desta história. - E talvez o principal desta história toda. Que a correria para aprovar ontem e que foi transferida pra hoje se deve aos possíveis vazamentos deste final de semana. Se isso ocorrer, os deputados que aparecessem ficariam sob suspeita e não poderiam votar o projeto porque teriam interesse direto nele. Ou seja, eles querem aprovar logo pra escapar disso. - Em resumo, se o PT disser em alto e bom tom um não ao projeto de anistia ao caixa 2 pode no mínimo constranger todo esse esquema que foi o motor do golpe parlamentar contra Dilma. Se fizer de conta que não é com ele, será cúmplice. Parece uma decisão fácil, mas pelo jeito não é. - O deputado não quis falar em on porque disse que o clima na bancada do partido está péssimo. E que isso seria entendido como uma provocação.