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A presidenta Dilma decidiu que não vai responder a carta enviada a ela pelo vice-presidente Michel Temer.
A avaliação no Palácio do Planalto é a de que o vice-presidente deu um "tiro de bazuca no pé" com a divulgação do texto.
O Planalto argumenta que o jornalista Jorge Moreno, de O Globo, divulgou trechos da carta antes mesmo de ela ser recebida na presidência. Ou seja, teria sido o próprio Temer o vazador.
Do ponto de vista externo, avalia-se no Planalto que a repercussão nas redes sociais derruba o mito de Temer como um homem público sério e de alto nível.
O vice-presidente, inclusive na avaliação de aliados, foi extremamente infantil na carta.
A repercussão negativa nas redes sociais já seria o bastante, não sendo necessário que a presidenta viesse a fazer qualquer esforço para criar mais prejuízos ao seu vice.
Do ponto de vista congressual, a grande ameaça é que o vice-presidente consiga se vitimizar.
Num primeiro momento, isso não funcionou.
Mas se o Palácio buscar sufocá-lo e desmoralizá-lo, isso pode vir a acontecer.
A principal preocupação do governo no momento é o esforço conjunto que Temer e Eduardo Cunha decidiram fazer para derrubar o líder do partido na Câmara, Jorge Picciani.
Dilma sabe que agora não joga apenas contra Cunha. Não é mais ela contra ele, como definiu o ministro da Casa Civil, Jacques Wagner.
Agora, Temer entrou no jogo de forma explícita.
É no mínimo ela contra eles. E por isso o jogo terá de ser mais sútil e cuidadoso.