ECA-USP aprova greve e classifica cobertura do PIG de anti-jornalismo

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A Escola de Comunicação e Artes da USP fez na quinta à noite uma das assembléias mais concorridas da história da Escola. Eram 380 alunos até que mais 40 da Escola de Arte Dramática se juntaram ao grupo, totalizando 420 participantes que aprovaram por ampla maioria a adesão a greve dos estudantes da universidade. Mais do que isso, aprovaram uma moção de repúdio (publicada abaixo) destacando a indignação com a cobertura da "imprensa hegemônica" que estaria "limitando-se a vender o espetáculo originário de uma cobertura superficial e pautada no senso comum". Os estudantes estão de parabéns. Dão uma aula nã0 só de democracia, mas de compromisso com os valores de uma comunicação livre da intoxicação e da falta de ética. (PS: Num primeiro momento informei que a ECA tinha 420 alunos. A informação estava errada. Por sorte, um leitor me avisou e em menos de 30 minutos pude corrigir. Minhas desculpas a quem leu antes da retificação.) Moção de repúdio a cobertura da imprensa sobre o movimento estudantil
Nós, estudantes de Comunicações e Artes da ECA/USP viemos explicitar o nosso repúdio à maneira como a imprensa hegemônica tem exposto os acontecimentos recentes no campus da USP.
Estamos constrangidos com a maneira preguiçosa e irresponsável como a imprensa e a televisão têm feito seu trabalho, limitando-se a vender o espetáculo originário de uma cobertura superficial e pautada no senso comum. Entendemos as comunicações e as artes como agentes essenciais na conscientização e na transformação da sociedade. Para isso, o jornalismo não pode ser um mero reprodutor de discursos circulantes, mas sim um instigador de debates e inquietações. Aquilo a que assistimos recentemente foi uma reprodução incansável de estereótipos, que só serviram para manipular a opinião pública contra as lutas que são primordiais dentro do campus. Como estudantes de universidade pública, é também nosso papel questionar a maneira como a mídia trata os movimentos sociais, principalmente como ela tem tratado o movimento estudantil. Buscar entender as raízes do problema exige apuração minuciosa, princípio básico do jornalismo. Posições existem, mas elas não podem ocultar ou distorcer fatos. O nome do que está sendo praticado é anti-jornalismo. A sociedade não financia a nossa formação para sermos profissionais como esses.