Jaques Wagner começa a se mexer como Plano B

Ele é o preferido da direção do PT e foi o único a ser sondado por Lula para a missão quando as ameaças da inelegibilidade do ex-presidente surgiram

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O governador da Bahia, Rui Costa, deu uma entrevista ao O Estado de S. Paulo nesta quinta-feira (19) afirmando que considera que o PT deve abrir mão da cabeça de chapa em nome de um candidato de outro partido. O nome em questão seria o de Josué Alencar, filho do ex-vice de Lula. Qualquer baiana que vende acarajé nas quebradas do Pelourinho sabe que Rui e Wagner falam um pelo outro. Wagner já teria dito isso ao presidente do PR, Waldemar Costa Neto. Que morreu de rir e pediu um documento assinado em cartório. Mas que ao mesmo tempo entendeu o recado. Em Lula não podendo ser candidato, Jaques Wagner vai aceitar sê-lo. Ele é o preferido da direção do PT e foi o único a ser sondado por Lula para a missão quando as ameaças da inelegibilidade do ex-presidente surgiram. Como é quase certo que Lula será impedido, Wagner sabe que só depende dele aceitar ser o nome do partido. E está, de forma correta para o momento, jogando com isso. Como bom baiano, nascido no Rio de Janeiro, Wagner está fazendo política no melhor estilo mineiro: Eu disse pra ele que ia pra lá, para ele achar que eu ia ficar aqui, mas eu vou pra lá mesmo. O ex-governador baiano sabe que não existe a mínima possibilidade de o PT não ter candidato na cabeça de chapa presidencial nesta eleição. Lula não topa isso. A direção nacional não topa isso. E a militância deixaria o partido se isso fosse imposto. Ou seja, ele trata dessa forma o assunto para amenizar o tratamento de hegemônico que o PT recebe de outras siglas. Que tem sentido. Mas que ao mesmo tempo tem relação com a força que o PT de fato tem. Na lei da selva, quem tem mais garrafa pra contar é que leva o jogo. E o PT tem mais garrafas. Antes introspectivo e calado, Jaques Wagner saiu a campo. E junto com o seu fiel escudeiro Rui Costa, que tirou ACM Neto da disputa ao governo da Bahia e que vai se reeleger no primeiro turno, partiu pra cima do tabuleiro da eleição. E sua estratégia parece ser a de montar uma coligação mais ampla. Por isso essa piscada para o PR. E hoje tem mais. Já que o PT tem uma nova rodada de conversa com o PSB.