JN foi histórico e só será superado pela cobertura da Globo no dia 13

Só a cobertura do dia 13 deve superar o JN de hoje. O dia 13, das manifestações, deve se tornar algo memorável.

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O Jornal Nacional de hoje foi histórico. Talvez mais parcial do que a montagem do debate de Lula e Collor, em 1989. A Globo assumiu como totalmente verdadeira a suposta delação de Delcídio e citou trecho por trecho a matéria da Isto É. Mesmo absurdos insustentáveis como o da CPI dos Bingos, que teria sido interrompida para não atingir a candidata Dilma, segundo a tal delação, foram dados como verdadeiros, sendo que essa CPI terminou em 2006, quando Lula ainda estava no seu primeiro mandato. E nem tinha se reelegido. Ou seja, não havia a Dilma candidata. Lula, aliás, foi mais uma vez destruído pela Globo. Que segundo colegas da emissora colocou todos os seus repórteres para investigá-lo. Só falta a direção colocar um "Procura-se" na redação com oferta de recompensa para quem trouxer matérias bombásticas contra o ex-presidente. Poucas vezes na história desse país uma pessoa foi tão investigada e triturada por um veículo com o peso da Globo como Lula. Se ele conseguir sair dessa com um mínimo de dignidade, Lula se tornará mais do que um herói. Será um mito. Não é pouca coisa o que a Globo fez hoje. Mas se isso mostra o quanto ela pode inflar uma notícia, também é sintoma de sua fraqueza. A Globo vem piscando ultimamente. E vem demonstrando que não consegue mais com três minutos do Jornal Nacional impor suas narrativas. Precisa de 30 minutos. De 1 hora. E além disso, não pode mais ignorar a força de manifestações de uma torcida organizada, como a Gaviões. E nem o poder de influência dos blogues. E por isso elegeu Lula como vítima. E o governo como alvo. Só a cobertura do dia 13 deve superar o JN de hoje. O dia 13, das manifestações, deve se tornar algo memorável. E não deve ser desconsiderado como objeto de estudo. Afinal, depois a Globo costuma querer reinventar a história. Afinal, como os amigos bem sabem, a Globo não apoiou a ditadura. Essa foto é só uma miragem. Foto: Roberto Marinho de braços dados com o ditador João Figueiredo