Kassab muda o figurino e se veste de Cesar Maia

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O prefeito de São Paulo Gilberto Kassab decidiu adotar o estilo Cesar Maia paulistanizado para tentar viabilizar sua reeleição à prefeitura da capital. São muitos os indícios neste sentido.

Kassab ainda não pediu picolé no açougue, mas está fazendo de tudo para aparecer. Neste fim de semana, por exemplo, cachimbo de crack e um isqueiro em mãos, ficou tentando acender "para ver como que era". E a cena foi parar na capa da Folha. Ridículo? Sim, eu acho. Mas também achava isso do César Maia.

Outro dia botou uma máscara anti-poluição e ficou posando para os fotógrafos. No dia seguinte, Serra resolveu fazer dupla com ele para a mesma cena. Repeteco nas capas de jornais. Ridículo? Eu acho. Mas também achava isso do César Maia.

Mas não é apenas nos factóides que Kassab está utilizando a estratégia do prefeito carioca. Ele decidiu economizar para gastar tudo no último ano de governo.

Enquanto a cidade está caindo aos pedaços, a Prefeitura tem aproximadamente 25% do orçamento de um ano aplicado em instituições financeiras. E enquanto a mídia fica bem comportada em relação aos descalabros administrativos de sua gestão, ele começa a operar um investimento em publicidade altíssimo para abaixar a sua rejeição. Que aliás, estava também altíssima.

Kassab também pretende inaugurar grandes obras, principalmente no centro, a partir do ano que vem. E ao mesmo tempo iniciar o que os vereadores de sua base estão chamando de "a maior operação de recapeamento de ruas da história de São Paulo". E quem conhece o cidadão paulistano conservador de classe média sabe o que isso significa.

E quem mais perde com isso? Não tenho dúvida, Geraldo Alckmin, que só terá como sair candidato se a canoa do prefeito Democrata se mostrar sem remos para avançar.

Mas se os petistas calculam que sem o tucano, Kassab é presa fácil, é melhor começarem a refazer as contas. A gestão do vice de Serra é de ruim para baixo, mas isso não é tudo. Se ele não é o queridinho da mídia (e não é) também não é assim uma Marta Suplicy. Aliás, imagine se fosse a Marta que estivesse fazendo caixa para gastar no último ano do governo?