Liberdade, imprensa, Sarney e uma leitora chamada Vanessa

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Acabo de receber uma flechada nos comentários. Vem de uma leitora que se chama Vanessa. Em geral, não respondo comentários, até porque, como ela registra, nesse blog ainda são poucos. Com diria o filósofo do Big Brother, faz parte. Eu é que não vou ficar falsificando meu nome e me passando por outros só para fazer de conta que meu blog, com diz minha filha, bomba.

Mas como a Vanessa questiona "minha noção de liberdade de imprensa" e me acusa de “ser menos democrático do que o Sarney”, vamos lá. Primeiro, não tenho nada contra o autor de Marimbondos de Fogo, até o considero simpático, mas não fui eu quem censurei o Je Vous Salue, Marie por pressão da Igreja Católica. Lembra, Vanesa? Pois é, isso é que dá ter memória, a gente não aceita qualquer declaraçãozinha assim a esmo, vinda de um Sarney ou da Vanessa.

Dois, disse claramente no texto flechado pela Vanessa, e também em outros textos, que não concordo com o processo da forma como foi conduzido pelo governo venezuelano, mas querer invocar a liberdade de imprensa para defender a mídia comercial da Venezuela é demais da conta. Aquilo é chave de cadeia. Não tem nada a ver com imprensa e nem com liberdade. Eu se fosse jornalista na Venezuela abriria um bar, coisa que, aliás, já tive vontade de fazer no Brasil.

Por fim, acho que como a TV aberta permite poucas concessões e pouquíssimos grupos controlando-a, ela deve ter uma regulação do ponto de vista editorial menos permissiva. Sabe por que isso? Porque se eu quiser fazer uma revista e conseguir uns malucos pra apoiar publicitariamente e outros ainda mais malucos para lerem o que escrevo, tudo bem. Taí a Fórum para provar que é difícil, mas possível.

Agora, se quiser ter uma TV aberta, não posso. Não se pode falar em liberdade ampla quando isso ocorre. Sendo assim, aquela concessão pública, deve ser entendida nesse espectro. E não pode ser privatizada, principalmente do ponto de vista político.