Mais um acidente aéreo. Há culpados, sem dúvida

Faz algum tempo que tenho conversado no varejo com amigos mais próximos sobre a falta de compromisso das empresas aéreas brasileiras em relação à qualidade da prestação de serviços que têm realizado. E que se essa falta de compromisso com o cliente for o padrão delas no quesito segurança, só nos resta mesmo "o Deus nos proteja".

Mais uma tragédia é transmitida ao vivo pela TV. Envolve um avião da Tam. Vindo de Porto Alegre, ao pousar em Congonhas, saiu da pista, atravessou a avenida Washington Luis e por uma daquelas coincidências macabras, chocou-se com um depósito de carga e de combustível da própria companhia do outro lado da pista. O prédio de três andares está em chamas. O avião está ali, impassível. A última informação da TAM fala em 176 pessoas na aeronave.



Tenho duas questões:



A primeira, para a Infraero. Ela precisa explicar por que libera para grandes aeronaves um aeroporto como o de Congonhas? Se o problema não é o aeroporto, mas a inépcia das companhias, que estariam regateando para contratar pilotos experientes ou que não tem levado em consideração peso da aeronave para realizar o pouso, então precisa dizer isso, de forma clara.

A segunda, para as companhias aéreas. Já ouvi de diferentes profissionais da área que elas têm selecionado, principalmente pilotos, de forma pouco criteriosa. E que a concorrência entre as duas maiores companhias só existe na disputa pelo mercado. No que diz respeito aos padrões de segurança e às condições de trabalho, o que existe é um cartel. Esses profissionais são obrigados a aceitar as imposições das empresas, em alguns casos mesmo sabendo que elas implicam em riscos. Os pilotos mais experientes, diz-se, estariam indo trabalhar em outros países, ganhando salários justos. Entre os países, principalmente China e India.

Há culpados. Eles precisam ser imediatamente identificados.