Morre Milos Forman, o cineasta da minha juventude

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A imprensa da República Checa anuncia que o cineasta Milos Forman acaba de falecer. Fazia tempo que não ouvia falar do seu nome. Mas me lembrei como se fosse hoje de uma vez lá na longínqua década de 80 em que debatemos entusiasticamente quem era melhor, ele ou Alan Parker. Eu devia ter 17 anos. Foi nessa época da vida que assisti Hair. Talvez o primeiro filme que me fez chorar. Que me fez pensar que o mundo não era só as praias, os campos de futebol e os encontros pra cantar músicas do Chico, Caetano, Gil e quetais numa roda de violão. Hair era um hino pela paz e ao mesmo tempo a crueza da guerra. Naquela conversa,  tinha certeza que o primeiro era o melhor cineasta do planeta, porque achava Hair, Amadeus e Um Estranho no Ninho melhores do que Byrd,  Expresso da Meia Noite e Pink Floyd, The Wall. Amadeus, aliás, vi quando estava entrando no primeiro ano de faculdade. Fui ao cinema sozinho. Era um hábito que tinha. Adorava ir sozinho ao cinema. Sai tonto. Completamente tocado não só pelo que havia sido a vida de Mozart, mas pela forma como ele contava a relação de Mozart com Salieri. Depois vim a saber que a coisa não havia sido bem assim. Enfim, em dias um tanto sombrios, vai-se mais um grande. Milos Forman merece ser visto por aqueles que gostam de cinema. Se você ainda não assistiu os filmes que citei aqui, fica a dica. E não deixe de ver os de Alan Parker também. Sem saber naqueles tempos discutir o cinema deles era pra mim como debater Prost x Senna, Zico x Maradona, Chico x Caetano, Beatles x Rollings Stones. E todos foram e são tão grandes. Rip Milos Forman.