Peru: A elite prefere ditadores a governos populares

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As eleições do Peru que acontecem neste domingo são mais um exemplo do vale-tudo da elite pra impedir que um governo de caráter popular se estabeleça. Disputam o segundo turno, Keiko Fujimori, cuja história do pai dispensa apresentação, e Ollanta Humala, “acusado” de ser próximo ideologicamente a Hugo Chávez. A eleição está pau-a-pau. E tudo indica que o vitorioso ainda está para ser decidido nas reflexões dos indecisos que devem ocorrer nessas últimas horas. A filha de Fujimori, porém, vence de goleada nas classes A e B do país e nas regiões mais desenvolvidas, principalmente na chamada grande Lima, capital do país. Em Lima, a diferença a favor de Keiko, supera 20% dos votos. Ollanta tem seu melhor desempenho entre os mais pobres e os grupos indígenas. O prêmio Nobel de literatura e convicto liberal, Mario Vargas Llosa deu seu apoio crítico a Ollanta. Mas nem isso comoveu a elite do país. Ao contrário, a campanha a favor da filha do ex-ditador tem sido tão ostensiva e intoxicada, que o Vargas Llosa decidiu proibir a veiculação de sua coluna no maior jornal diário, o El Comércio, que, segundo ele, se tornou “uma máquina de propaganda a favor de Keiko”. Entre outras coisas, uma verdade que essa campanha peruana escancara é que as elites, de cá ou de lá, não têm compromisso com os valores democráticos. E preferem ditadores a governos populares. É triste, mas é vero.