A saída de Levy do governo já passa a ser tratada no Planalto

A avaliação geral no Planalto é a de que o ministro ultrapassou todos os limites e sua declarações já beiram à chantagem e traição

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levyA declaração do ministro Joaquim Levy dizendo que "está fora" se o Congresso cortar a zero a meta fiscal de 2016 foi recebida no Palácio do Planalto como uma chantagem. E também como uma traição. Sua saída do governo que nunca foi tratada de forma concreta, porque não autorizada pela presidenta Dilma, agora entrou na pauta. A presidenta ainda não autorizou seus ministros mais próximos a procurar um nome para operar a mudança, mas já estaria convencida que de a posição assumida por seu pupilo não lhe dá tranquilidade para fazer o caminho da superação do impeachment. E que precisará de um novo rumo na economia e de mais unidade do governo se quiser ultrapassar esse momento. A avaliação geral no Planalto é a de que na situação em que o pais se encontro, é uma irresponsabilidade um ministro da Fazenda colocar a faca na garganta de quem quer que seja. Principalmente de deputados que vão votar a abertura do processo de impedimento e da presidenta da República, que está vivendo um período duríssimo. Levy também estaria em rota de coalização com o novo núcleo política do governo. Não há dia que o ministro da Fazenda não reclame de alguma coisa ou responsabilize seus colegas por problemas que, na opinião deles, era ele quem deveria ter enfrentado. O discurso de antecipar a perda de grau de investimento do país, por exemplo, foi entendido como uma forma de jogar para a platéia. Ao fazer isso, ao invés de tentar lutar para criar uma expectativa mais promissora de futuro, Levy estaria sinalizando que faz sua parte, mas que a articulação política do governo e o partido da presidenta não ajudam e por isso a crise não cessa. Se Levy cair, atualmente o nome mais defendido para substitui-lo é o do ministro do Planejamento, Nélson Barbosa. Ele já conhece a máquina e teria condições de operar uma saída para a crise de forma mais rápida. Alem de ter mais trânsito na base social que elegeu Dilma.