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O PP anunciou hoje sua saída da base do governo. Talvez essa tenha sido a maior derrota do Planalto desde que o processo de impeachment se iniciou.
Numa reunião da bancada, 37 deputados votaram a favor da cassação de Dilma e 9 contra. Uma goleada.
Ciro Nogueira, presidente do partido, prometia ao governo até 30 deputados. Pelo jeito vendia terreno no céu para os seus interlocutores e ao mesmo tempo negociava com Temer.
Acontece que o governo não tem escolha, vai ter que continuar negociando com o PP e tentar transformar esses 9 deputados em pelo menos 15. Sem ao menos essa quantidade de votos do PP será muito difícil deter o impeachment.
A situação se deteriorou durante o dia de hoje e provavelmente isso teve a ver com o áudio de Temer. Que não foi nada ingênuo. Ao contrário, foi calculado.
O vice, como já apontei aqui ontem, deu recados ao mercado, aos empresários e aos partidos. Assumiu compromissos de desregulamentação da economia, de reforma trabalhista e previdenciária. E, como já observado por outros analistas, não falou nada de corrupção.
Como se estivesse dizendo, comigo essa história da Lava Jato acabou. A mídia vai sair de cena e vou controlar a PF. Quanto ao MP, deixem com o Janot.
Foi isso que os deputados entenderam. E é isso que pode derrotar Dilma.
Como já disse um certo filósofo, o jogo só acaba quando termina. Mas o golpismo avançou umas três casas nesta terça-feira.