Superávit da Previ amplia a guerra entre grupos do BB

Escrito en BLOGS el

Na última sexta-feira, os diretores eleitos da Previ, maior fundo de pensão do país, entraram em choque com o presidente do Conselho deliberativo do fundo e vice-presidente do banco, Aldo Mendes. O motivo: as declarações de Aldo de que a legislação deveria ser mudada para que o banco absorvesse parte dos mais de R$ 30 bilhões de superávit existentes hoje na Previ.

Na nota que assinaram (cujo título é: “Devolver contribuições ao banco é ilegal”), os diretores Francisco Alexandre, José Ricardo Sasseron e Cecília Garcez afirmam que: “...Se o presidente do Conselho expressou de fato o desejo da diretoria da empresa, ficou demonstrado que o banco quer cometer uma ilegalidade. A legislação não permite que se devolvam contribuições ao patrocinador ou ao participante. Somente o participante pode resgatar a sua reserva, caso rompa o vínculo empregatício com a empresa patrocinadora e, ao mesmo tempo, resolva se desligar do plano de previdência...”

“Não existe uma única vírgula na legislação que permita a devolução de contribuições ao patrocinador”, afirma Francisco Alexandre, diretor de Administração da Previ, eleito pelos associados.

O diretor de Seguridade da Previ, José Ricardo Sasseron, acrescenta: “O banco está querendo tomar medidas absurdas. Isto é inadmissível.”

O que está em disputa é mais do que os R$ 30 bilhões de superávit. Já faz algum tempo que existe verdadeira guerra entre a burocracia do banco, que sempre esteve no poder, independentemente do governo, e setores mais próximos ao movimento sindical bancário. Eles se consideram excluídos do processo decisório do BB e alegam que a agenda que venceu as eleições com Lula não está sendo implantada pela atual diretoria. Ela toca o Banco, na opinião desse setor, numa linha próxima ao projeto neoliberal.

Como exemplo disso, citam o pacote de reestruturação. Ele prevê demissões, incentivo à aposentadoria, descomissionamentos, terceirização e fechamentos de vários núcleos administrativos. Nada a dever ao terror enfrentado pelos funcionários nos anos FHC.