TV Globo na mira do Fórum Social Nordestino

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Debater como organizar a sociedade para participar da renovação das cinco concessões da TV Globo que vencem em outubro é um dos desafios que parte dos militantes presentes no Fórum Social Nordestino se colocou. Em outubro, vencem as concessões da Rede Globo de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília e Recife. É nessas cinco capitais que a emissora dos Marinhos mantém concessões próprias. Nas outras, opera com retransmissoras. Em boa parte, controladas por grupos políticos. Em Salvador, por exemplo, onde acontece o Fórum Social Nordestino, a retransmissora é controlada pela família do ex-ACM. Em Alagoas, pelos Collor de Mello. No Maranhão, pelos Sarney. E assim por diante.

Evidente que não basta discutir apenas a concessão da TV Globo. E nem é isso que os movimentos sociais pretendem fazer. A intenção é aproveitar esse momento da renovação da dos Marinhos para debater o modelo de concessões no Brasil. Há muito a se debater. Desde a concessão para operação de rádios comunitárias, até as para canais abertos de Televisão.

Hoje pela manhã, aqui no campus da Universidade Federal da Bahia (ministro Hadad, venha fazer uma visita aqui. Tá ruim, muito ruim. Menos indicadores e mais verbas, ministro), aconteceu um encontro no auditório da Faculdade de Comunicação organizado pelo pessoal da Associação Brasileira de Rádios Comunitárias (Abraço). Nesse encontro, por exemplo, foi divulgado por José Guilherme Castro que de 2003 (primeiro ano do governo Lula) até agora já aconteceram 15 mil fechamentos de rádios comunitárias. Além disso, foram confiscados 100 milhões em equipamentos, 20 mil processos foram abertos (sendo que alguns militantes acumulam até seis processos) e cinco mil deles foram condenados.

José Guilherme também foi enfático em dizer que nesse momento a Rede Abraço é contrária a que continuem sendo autorizadas concessões para rádios comunitárias, porque 90% das já emitidas foram para pessoas que não tem relação alguma com as comunidades. A luta, do movimento, ao contrário, é que essas concessões antes de qualquer outra coisa sejam revistas. E na onda do debate da concessão da Globo vai se discutir, por exemplo, isso.