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É uma notícia e tanto a aprovação da união homoafetiva no Brasil pelo Supremo Tribunal Federal.
A torcida e a luta por esta Lei envolveu milhões de pessoas Brasil afora.
Gente que ontem e hoje ficou plugada na transmissão da TV Justiça e ao mesmo tempo tuitando e enviando mensagens pelo Facebook.
Um show de democracia e uma derrota dos fundamentalistas.
A lei aprovada talvez seja do ponto de vista simbólico ainda mais importante do que a aprovação pelo Congresso da Lei do Divórcio, que aconteceu em 1977.
Recordo-me, do alto dos meus 10 anos de idade, como se deu o debate nos dias daquela votação.
Lembro-me dos discursos vorazes e agressivos de representantes da Igreja Católica e me soam ainda vivas as entrevistas agressivas concedidas por deputados como Amaral Neto.
Meu pai me traduzia aquele universo, colocando o que ele chamava de “os pingos nos is”.
Ou seja, explicando que o divórcio não era algo do demônio e que os comunistas não iriam passar a comer crianças vivas no meio da rua se a lei fosse aprovada.
Posso estar cometendo um erro histórico, mas acho que a aprovação daquela emenda no Congresso Nacional foi a primeira manifestação do parlamento com algum grau de independência em relação ao governo militar. E contrária aos interesses da cúpula da Igreja Católica.
A aprovação desta lei hoje pelo Supremo Tribunal Federal é uma vitória simbólica tão grande ou maior do que aquela.
Ela também legisla sobre os direitos fundamentais da liberdade individual e coloca o Estado de Direito num outro patamar.
A partir de agora há um novo caminho para avançar em lutas como a liberação do aborto e a descriminalização das drogas.
É uma vitória e tanto. E que precisa ser celebrada.
Parabéns a todos os lutadores que a construíram.
Viva a União Homoafetiva.