Wellington Dias: “Deus nos livre de alguém vir a morrer nesses conflitos.”

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O ex-governador e atual senador pelo Piauí, Wellington Dias (PT), afirmou em entrevista ao blog que esteve reunido com o atual governador do Piauí, Wilson Martins (PSB), com o prefeito de Teresina, Elmano Ferrer (PTB) e representantes dos estudantes para tratar do conflito instalado nas ruas da capital. Sua intenção, segundo ele, foi a de buscar alternativas para o entendimento já que o PT participa tanto do governo municipal quanto do estadual. Wellington diz que sugeriu ao prefeito que aumente de 1 hora para 2 horas o período da integração, inclua no grupo de trabalho que discutindo o transporte na cidade representantes do movimento, que a gratuidade da segunda passagem que está prevista para junho seja antecipada e que o grupo de trabalho que vai discutir o transporte faça um levantamento na planilha dos custos da tarifa de ônibus para verificar se há gordura que permita cobrar uma passagem menor. Além disso, considera que esse grupo também deveria verificar porque em Teresina 32% das passagens cobradas são meias, enquanto na média nacional, inclusive na região Nordeste, a porcentagem é de 18%. Da mesma forma, na gratuidade a média também estaria acima das capitais do porte de Teresina. Segundo o senador, o prefeito ficou de analisar com a sua equipe as propostas e disse que ainda hoje talvez pudesse apresentar alguma proposta para reabrir o diálogo com os estudantes. Wellington, porém, disse que a negociação com o movimento é difícil porque ele “tem muitas lideranças e ao mesmo tempo não tem com que dialogar e negociar”. A preocupação de Wellington é que a forma como a situação vem sendo conduzida leve a um desfecho trágico. “Deus nos livre de alguém vir a morrer nesses conflitos...”. Em relação à conversa com o governador, Wellington disse que Wilson Martins lhe teria afirmado que solicitou abertura de um processo investigativo sobre a ação da polícia na tarde de ontem (que pode ser visto aqui e aqui nos vídeos dos posts que seguem abaixo). Wellington disse que da parte do movimento também foram realizados incêndios de ônibus e depredação do espaço público e que isso precisa de fato ser coibido pela polícia. Segundo ele, algumas das pessoas que foram presas (não os da tarde de ontem, mas nas manifestações dos dias anteriores) nem eram estudantes e foram flagradas cometendo esses atentados. Mas, ponderou: “o Estado tem outros meios para agir, como utilizando a inteligência investigativa, ao invés de fazer o uso da violência”. Indagado se não sente vergonha de o seu partido participar de um governo onde estudantes são agredidos da forma como foram na tarde de ontem, disse que “é preciso levar em conta que nem na prefeitura nem no governo do Estado é o PT quem está liderando as administrações” e que as ações realizadas “não foram de áreas sob a administração e gestão do PT”. Ainda reafirmou que o governador disse a ele que mandou apurar o que aconteceu ontem. Wellington também disse que foi jovem “e sei como é cabeça de jovem, os movimentos precisam se sentir vitoriosos, por isso estou defendendo que se busque uma negociação para acabar com este conflito”. Enquanto fechava esse post havia uma grande manifestação nas ruas de Teresina. E muito maior do que a de ontem. Ou seja, a violência policial serviu para mobilizar mais gente. Falava-se em 2,5 mil numa grande passeata que juntavam gente de vários outros segmentos, além do estudantil.