
A eleição de 2020 foi da redistribuição das cadeiras por muitos partidos diferentes sem ter fortalecido nenhum deles em especial.
Não se pode dizer nem que o PSDB, que ganhou São Paulo, e o DEM, que ganhou o Rio de Janeiro e outras capitais como Salvador e Curitiba, tenham vencido o pleito.
Inclusive porque são vitórias muito menos partidárias e sim de liderança locais.
Não se pode dizer que o PT foi o grande derrotado por não ter elegido nenhuma capital.
Afinal em 2016 tinha elegido apenas Rio Branco (AC) e dessa vez disputou com chances em 15 cidades no 2º turno, vencendo em quatro delas. Duas em São Paulo: Diadema e Mauá. E duas em Minas: Juiz de Fora e Contagem.
O que se pode afirmar sem margem de erro é que Bolsonaro saiu muito menor deste pleito.
Ele ganhou apenas em Vitória, com um candidato que é afilhado político de Damares.
Nas outras capitais levou chumbo.
Em especial no Rio de Janeiro, sua cidade eleitoral, onde seu candidato foi massacrado.
A partir deste balanço eleitoral o preço do centrão ficou mais caro. O atual presidente terá que entregar muito mais cargos e espaço político para poder governar.
Muito provavelmente terá que se filiar num dos partidos do centrão. PP, PTB ou Republicanos. E terá de tentar construir sua reeleição com base neste grupo.
As eleições de 2022 ainda estão longe. Mas não surgiu uma liderança clara deste pleito para disputar a presidência.
A frente de esquerda se bem organizada com PT, PSOL e PCdoB tem tudo para garantir uma vaga no segundo turno. Se juntar PDT e PSB ainda mais.
Mas dificilmente isso acontecerá.
Já os liberais, DEM, PSDB e PSD, tem força para lançar uma candidatura forte. Mas não têm um nome que os unifique.
João Doria pode ser este nome. Duvido de Huck e de Moro.
As cartas estão embaralhadas. Mas o jogo da reeleição ficou muito mais difícil para Bolsonaro.