Bolsonaro deve ser operado e ficar de 10 a 15 dias no hospital; Mourão ou Pacheco podem assumir presidência

Vice-presidente viajou para Angola, enquanto Lira é réu no STF e, por isso, fica impedido de cumprir a linha sucessória; caso Bolsonaro se licencie, presidente do Senado deve assumir

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*Colaborou Ivan Longo

Boletim médico divulgado pelo hospital Vila Nova Star, de São Paulo, na noite desta quarta-feira (14), informa que o presidente Jair Bolsonaro permanecerá internado na unidade de saúde em "tratamento clínico conservador".

Apesar do informe hospitalar não citar cirurgia neste momento, o procedimento não está descartado. Fórum apurou que Bolsonaro deve ser operado nesta quinta-feira (15) e passar, pelo menos, de 10 a 15 dias internado.

Neste caso, seria inevitável o chefe do Executivo se licenciar do cargo para se tratar. Se isso acontecer, a Constituição Federal prevê que o vice-presidente Hamilton Mourão assuma o comando do Palácio do Planalto enquanto Bolsonaro ficar indisponível.

Conforme noticiado mais cedo pela Fórum, no entanto, Mourão embarcou para Angola, na África, para participar de um evento, enquanto Bolsonaro já estava internado e sendo transferido para o hospital em São Paulo. A princípio, ele ficará até o dia 17 no país africano, devendo retornar ao Brasil no dia 18.

Caso Mourão, por conta da viagem, não possa assumir a presidência, quem o fará deve ser o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG). Isso porque o terceiro na linha sucessória, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), está impedido de assumir o cargo, já que é réu em uma ação por corrupção que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF).

Obstrução intestinal

Após passar mal e se queixar de fortes dores na região do abdômen, Bolsonaro deu entrada no HFA na madrugada. A expectativa, a princípio, era que ele passasse por exames e apenas ficasse em observação por 48 horas.

Apesar de a escassez de informações sobre o real estado de saúde, o cirurgião Antonio Luiz Macedo, médico de confiança de Bolsonaro, foi enviado a Brasília. Ele foi o responsável pela intervenção cirúrgica após episódio do atentado a faca que o chefe do Executivo sofreu durante a campanha eleitoral de 2018. Ao chegar no HFA, o médico recomendou que o presidente fosse levado à São Paulo para mais exames. 

O senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) afirmou que o pai chegou a ser internado em Unidade de Terapia Intensiva no hospital de Brasília e foi intubado.

1 kg de conteúdo fecal

Informações apuradas pela Fórum dão conta de que, no HFA, Bolsonaro foi submetido a procedimento com sonda nasogástrica em que foram retirados cerca de 1kg de conteúdo fecal. Isso porque a obstrução intestinal é um bloqueio total do cólon (intestino grosso) que impede a passagem do material fecal circulante daquela região.