Moro teria pedido demissão a Bolsonaro por conta de o presidente ter mexido no comando da Polícia Federal sem consultá-lo.
Em tese, seria mais um ministro a deixar a canoa furada deste governo. Seria, mas não é.
Moro é um superministro.
Sim, ele tem superpoderes. Tem a Lava Jato por detrás. Ou seja, juízes, promotores, procuradores, policiais e delegados da PF, ministros do Supremo e um séquito incalculável deste poder paralelo que se ampliou muito no Brasil desde 2013.
Esses senhores e senhoras podem acabar com a vida de uma pessoa. Fizeram isso com Lula. E com muitos outros.
A demissão de Moro pode carregar essa turma para o outro lado do bolsonarismo.
E pode tornar o governo Bolsonaro um saco vazio. Ou um fardo muito pesado, como preferir.
Bolsonaro tem ainda a caneta na mão, mas a carga está bem menor do que no dia 1 de janeiro de 2019.
Moro vagará por aí como um fantasma e com popularidade alta.
O Brasil não é um país para principiantes.
E ainda temos um vírus para derrotar.
Mas como um pouco de canja de galinha não faz mal a ninguém, vamos aguardar os próximos lances.
Com a repercussão das redes, Bolsonaro pode voltar atrás na troca do comando da PF. E convencer Moro a ficar.
Mas o ballet do governo Bolsonaro está cada vez mais parecido com o de Collor.
Se Moro de fato cair, o impeachment começa a se tornar algo muito mais palpável. Previsível, eu diria.