Novela hacker: Prisão ou deportação de Glenn Greenwald pode ter sido autorizada na viagem de Moro aos EUA

De repente, o tal Vermelho virou um petista fanático, mesmo sendo filiado ao DEM. Estava fora das redes sociais e voltou ao Twitter logo depois das primeiras matérias da Vaza Jato, grita O Antagonista. Como se isso fosse prova de seu envolvimento com Glenn e não ao contrário

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
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Sérgio Moro que ainda não havia completado 1 ano no cargo de ministro, mas, de repente, em meio a denúncias de conluio com o Ministério Público, tira licença do cargo de ministro da Justiça e vai para os EUA. Alega que o objetivo é “reenergizar o corpo” para enfrentar melhor o combate. Um guerreiro em busca do merecido descanso. Sua esposa, que acha que pobre não precisa de projeto assistencial, tira fotos da viagem e posta nas redes sociais tentando comprovar que ambos de fato estavam numa viagem familiar. Antes, porém, o The Intercept já havia alertado que uma operação contra o veículo se armava na Polícia Federal. Aqui na Fórum, a viagem de Moro foi tratada como uma saída estratégica para a operação ser realizada. Como o apito soou, o plano foi adiado. E aconteceu ontem (23/7) quando Moro já estava no Brasil. A Operação Araraquara, que prendeu um DJ, que pelo currículo parece ser um estelionatário ladrão de galinha, e um amigo, cujo apelido (pasmem!) é Vermelho, foi uma operação da elite da PF. Prenderam o hacker, gritou O Antagonista, site oficial do Morismo Bolsonarismo Lavajatista. Hacker, na versão daqueles que estão desesperados pelo vazamento das mensagens mostrando o conluio entre parte da PF, Moro e MP para prender Lula, é um bandido que vendeu dados falsos nos quais se basearam as reportagens do The Intercept. Mas o que isso tem a ver com o lead deste texto? O que isso tem a ver com a ida de Moro aos EUA? Glenn Greenwald é cidadão americano. Este blogueiro e o Moro sabem que prender o Glenn sem autorização da matriz poderia gerar uma crise sem precedentes. Deportá-lo também. Sendo assim, Moro viajou para consultar a chefia. O fato de a operação ter sido realizada, indica que rolou um sim ao menos para isso. O fato de as deputadas pslistas de São Paulo, Joice Hasselmann e Carla Zambelli, comemorarem que os tais hackers estariam dispostos a delatar Glenn Greenwald aponta para uma possível armação. A novela é Tabajara, mas não pode ser desprezada. Há uma narrativa em construção e que está sendo desenvolvida levando em consideração que muita gente não entende nada de segurança de informação e nem de como funciona a internet. E posto isso, qualquer enredo tosco pode colar. De repente, o tal Vermelho virou um petista fanático, mesmo sendo filiado ao DEM. Estava fora das redes sociais e voltou ao Twitter logo depois das primeiras matérias da Vaza Jato, grita O Antagonista. Como se isso fosse prova de seu envolvimento com Glenn e como se não pudesse ser exatamente o contrário. Prova de que estavam criando um hacker para ser preso e delatá-lo. A prisão ou deportação de Glenn Greenwald pode ter sido autorizada por autoridades americanas nesta viagem de Moro aos EUA. E se isso aconteceu, eles vão meter o pé no acelerador com essa narrativa que mais parece um saco de pipocas vazio. Não se deve desprezar a capacidade que os regimes de caráter ditatorial têm para lidar com o realismo fantástico, com a transformação da ficção em realidade. Dormir de calças e botas começa a se tornar aconselhável. Principalmente se essa patuscada do hacker de Araraquara evoluir.