O Bob Jefferson voltou! Quem é o Bob Jefferson

Escrito en OPINIÃO el
Há personagens que fazem história na política de um país. São poucos e costumam se manter por uma época conduzindo os rumos de sua nação. Não é o caso de Roberto Jefferson, ou Bob Jeff, como preferirem. Este é um daqueles personagens que se mantém na história do país se movimentando como um rato num navio saqueado. Antes de entrar na política, ele era “advogado” num programa popular à época: “O povo na TV”. Tinha 170 quilos e gostava de ficar mostrando a arma. Digamos, que já era um pré-Bolsonaro. Um tipo que fazia sucesso naquele momento e que teve outros ícones, como Afanásio Jazadji, que fazia um programa policial no rádio e se tornou deputado mais votado a Assembléia Legislativa de São Paulo, em 1986, com 558 mil votos. Roberto Jefferson foi eleito pela primeira vez em 1982, numa chapa da Sandra Cavalcanti, em 1982. Brizola ganhou aquela eleição, mas tinha perdido o PTB para Ivete Vargas. Em 1986, foi reeleito para o Congresso Constituinte e junto com os deputados Gastonne Righi e Roberto Cardoso Alves foi um dos articuladores do centrão. O centrão original, aquele que foi criado para impedir que Constituição fosse mais progressista. Em 1993, foi um dos envolvidos no esquema de propina na Comissão de Orçamento, e no seu depoimento fez um show, algo que sempre esteve presente na sua trajetória política. Na ocasião, Jefferson chorou por duas vezes, lamentando o fato de sua família ter sido exposta com o processo de investigação que sofria. Quase duas décadas depois, ele voltaria a depor numa CPI, a dos Correios, para tratar do Mensalão, termo que criou em entrevista à Folha de S. Paulo para denunciar esquema de corrupção no Congresso durante o governo Lula. Jefferson foi depor com o olho roxo, como ilustra a foto deste post. E disse que o olho roxo que exibia havia sido resultado de um acidente enquanto buscava uma coleção de Lupicínio em casa. A estante de discos teria caído sobre ele. Questionado sobre qual música pretendia ouvir na ocasião, o deputado citou "Nervos de Aço" e declamou um trecho da letra que diz: "sem sangue nas veias e sem coração". Em entrevista a Jô Soares, ele posteriormente interpretaria a música de Lupicínio. Jefferson apoiou FHC No governo Fernando Henrique Cardoso fez várias indicações e teve papel fundamental para o rompimento do PSDB com o PFL, em 2001, fato que levou o partido a não apoiar Serra em 2002. Jefferson traiu o PFL e apoiou Aécio Neves (MG) para a presidência da Câmara, quando pelo acordo do hoje DEM com o PSDB, a presidência da Câmara naquele biênio deveria ser de Inocêncio Oliveira (PE). De braços dados com Ciro Ciro talvez tenha se esquecido, mas, em 2002, um dos seus fieis escudeiros foi Roberto Jefferson. Que usava o palanque do candidato então no PPS para atacar o PT. Jefferson costumava comparar os petistas ao demônio para dialogar com setores dos evangélicos e trazer esses votos para Ciro. Com Lula eleito, ele esquece o que disse e passou a afirmar que apesar das diferenças, PTB e PT se uniriam "com afeto". E foi amealhando cargos no governo como o ministério do Turismo, cargos nos Correios etc. Daí resulta o mensalão e a história mais recente que boa parte do país conhece sobre Jefferson, que teve seu mandato cassado e foi preso posteriormente. Ele volta a cena política em abril de 2016 para participar do impeachment da Dilma e diz que: “Cunha é o bandido que mais gosto.” Agora ressuscita com Bolsonaro. Como uma anjo da nova política. Ou talvez para tentar ser a velha nova tropa de choque como foi na época do impeachment de Collor. https://youtu.be/KaowVN1GUXc