O silêncio constrangedor e cúmplice da mídia ao "vamos intervir" no STF de Bolsonaro

Trata-se de um silêncio estarrecedor, assustador e esclarecedor. Houve acordo no andar de cima e vamos de Bolsonaro até 2022

Jair Bolsonaro - Foto: Alan Santos/PR
Escrito en OPINIÃO el

Em política o silêncio é um ato. A omissão é uma posição. Não existe vazio. Ele sempre será ocupado.

Foi com base na omissão e no silêncio de muitos que Bolsonaro ocupou o espaço vazio deixado pela direita liberal e se tornou presidente.

Ele sabe ler o jogo. Não é apenas um idiota.

E ontem não emitiu uma nota sequer desmentindo a reportagem da Revista Piauí que descreve com detalhes a reunião em que ele chegou a determinar a intervenção ao STF.

Ele não ter emitido uma nota sequer pode ser parte do seu jogo autoritário. Mas o silêncio dos veículos da mídia tradicional comercial, do Congresso e do próprio STF são imperdoáveis.

Ou eles se assustaram com o que leram ou já sabiam e preferiram fazer à egípcia.

Em qualquer democracia um presidente ter ordenado a intervenção ao STF seria um escândalo irreversível. Provavelmente este presidente seria julgado e perderia o mandato.

Aqui nada. Nem os colunistas moscas zuniram delicadamente. Nem um textinho indignado, nem uma moção de repúdio.

Trata-se de um silêncio estarrecedor, assustador e esclarecedor. Houve acordo no andar de cima e vamos de Bolsonaro até 2022. Aconteça o que acontecer. E se for o caso é com ele que se irá até 2026.

Enquanto isso, brincamos de oposição.

Temas

STF