O Bispo Crivella prefeito?

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Em 2017, completam-se 500 anos da Reforma Protestante e, tudo leva a crer, será o primeiro ano do Bispo Crivella à frente da prefeitura da cidade maravilhosa.

Na idade das trevas, a venda de indulgências por religiosos inescrupulosos feriu as sensibilidades de gente séria. Hoje no Brasil, a Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) sofisticou o modelo de Igreja de mercado. Vende bênçãos noite e dia via satélite.

Na idade das trevas, a hierarquia eclesiástica confundia-se com poderes mundanos. O clero no alto de costas e o povão de frente, no chão, embasbacado com as ostentações de força e esplendor. A IURD é do tio do Crivella. A cúpula desse empreendimento encantaria até a comitiva da rainha de Sabá.

Na idade das trevas, a Bíblia era lida por quem podia do jeito que queria. Interpretações chinfrim para lá de suspeitas. Qualquer semelhança com o que acontece hoje no Brasil com boa parte dos pregadores eletrônicos, mera coincidência.

Na idade das trevas, a ideia de cristandade era essencialmente um projeto de poder político que pouca ou nenhuma semelhança guardava com a mensagem do evangelho. Entre nós, a Frente Parlamentar Evangélica, da qual Crivella faz parte, esnoba a benção do pai em troca do guisado quentinho. Fome de poder para adquirir novas concessões de radiodifusão e vender as suas ideias.

Na idade das trevas foi época do erguer grandes catedrais. Projetos momentosos para tocar os céus através de mãos calejadas. Oferta do vil metal e oferta da força do trabalho voluntário para a construção de templos. Pois é, no currículo, o engenheiro Crivella construiu réplicas do templo de Salomão que deixariam o filho de Davi inferiorizado. Não é pela beleza, mas pela demarcação de poder.

As similares neopentecostais podem imitar as estratégias e o discurso, mas Universal, como a Católica, somente uma.

Lutero, meu caro, deu merda!

Twitter: @ValdemarDema2