Para a CIA Plano Astral existe e é potencial arma de Parapolítica

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Após dois anos de batalha judicial na qual ativistas processaram a CIA através da FOIA (Freedom of Information Act), a Agência foi obrigada a disponibilizar 800 mil documentos em sua biblioteca virtual disponível na Internet. Entre as 13 milhões de páginas revela-se o interesse da Inteligência militar por investigações sobre percepção extra-sensorial (ESP) e o Plano Astral. Dois documentos se destacam. O primeiro faz um resumo das investigações da CIA sobre o Plano Astral. E o segundo, um pequeno manuscrito sobre os perigos que envolvem essas pesquisas com referência a Aleister Crowley e o “ocultismo profano” Nazi. É sabido que durante a Guerra Fria os EUA fizeram intensas pesquisas sobre visão remota para espionagem. Mas os documentos dos anos 1980 sugerem algo além: contato com “energias inteligentes e não corporais” de outras dimensões e projeções da consciência ao passado e futuro. Será que, assim como no ocultismo nazi, também a Inteligência militar dos EUA tenta manipular potenciais armas de Parapolítica?

Almino Afonso, ministro do Trabalho no governo João Goulart (1962-64), era entrevistado no programa Roda Viva da TV Cultura/SP. A certa altura a jornalista Eliane Catanhêde interpelou o entrevistado a dar os nomes daqueles que traíram o presidente Goulart dentro da base parlamentar, fragilizando-o diante da eminência do golpe militar. Almino Afonso respondeu dessa maneira:
“A maioria deles... eu enfrentaria problemas terríveis em um plano que não sei absolutamente conviver, um plano de outra dimensão da vida (ele fala gesticulando as mãos para o alto)... é muito complicado, e eles quase todos estão mortos... imagina quantos no conjunto já morreram. Sou um dos raríssimos ministros que ainda está vivo”
Uma resposta curiosa: Afonso parece afirmar que o quê impede de delatar os nomes dos traidores não é apenas o bloqueio moral (delatar pessoas que já morreram), mas também respeito e temor pela “outra dimensão da vida” e “problemas terríveis” como se alguma represália o aguardasse por aqueles que estão na “outra dimensão”.
As conexões entre o mundo da política e dos políticos com o oculto sempre mereceu pouca atenção tanto da mídia quanto de acadêmicos. A não ser quando o tema é tratado ou como bizarrice, curiosidade folclórica; ou como “teoria conspiratória” sem qualquer validade científica.
Tudo que podemos encontrar são, aqui e ali, pistas, sinais, evidências de que a Política não  se limita apenas a uma atividade unidimensional marcada pela luta por interesses materialistas como dinheiro e poder.

Túnel suíço, Bohemian Grove e o “Indiana Jones” nazi

O mais recente foi a “bizarra” cerimônia de inauguração transmitida ao vivo, no ano passado, do túnel ferroviário nos Alpes suíços (o mais longo do planeta) com uma massiva simbologia hermética, pagã e religiosa num grande show teatral multimídia. Com a presença de altos dignitários europeus – clique aqui.
Cerimônia de inauguração do "Gotthard Base Tunnel" no ano passado
Ou o encontro anual, há mais de um século, no Bohemian Club na Califórnia, de mais de dois mil membros da elite mundial (política, econômica e midiática), sempre no mês de julho. Sempre recebido com protestos de manifestantes anti-globalização, o ponto alto do encontro (registrado secretamente por uma câmera digital pelo jornalista Alex Jones no ano 2000) é um estranho ritual ocultista chamado “Cremation of Care” aos pés de uma estátua de coruja com 12 metros de altura – clique aqui.
Isso é o que o Cinegnose chama de “Parapolítica”, abordagem esotérica da política iniciada pelo jornalista e escritor francês Jacques Bergier no livro clássico “O Despertar dos Mágicos”. Com um farto conjunto de dados e referencias, Bergier aborda como o nazismo foi um movimento que transcendeu a mera política terrena: originado em sociedades fechadas ocultistas, seus líderes pertenciam a um mundo de videntes, médiuns e astrólogos. Seus planos militares e políticos tinham forte envolvimento com o Oculto.
Por exemplo: é historicamente documentado como a SS enviou historiadores e arqueólogos como Otto Rhan (conhecido como o “verdadeiro Indiana Jones”) atrás de relíquias como a Arca da Aliança em incursões pela França Meridional, em cavernas no entorno da fortaleza de Montsegur, na qual os gnósticos cátaros foram massacrados como hereges pela Igreja no século XII. Heinrich Himmler acreditava que, mais do que relíquia religiosa, a Arca poderia conter energias ocultas que poderiam ser direcionadas para fins de conquista – clique aqui.
Jacques Bergier

CIA e o Plano Astral

Outro exemplo é a recente liberação de documentos da CIA envolvendo pesquisas sobre Percepção Extra-Sensorial e a existência do chamado “Plano Astral”.
Depois de muita pressão dos defensores da lei de liberdade de informação a CIA liberou recentemente on line 800 mil documentos classificados como secretos até os anos 1980 e que, até então, somente eram acessíveis ao público nos anos 1990 em computadores nos fundos de uma biblioteca nos Arquivos Nacionais, em Maryland. 
Entre os registros mais “exóticos” são aqueles que envolvem OVNIs e pesquisas em percepção extra-sensorial. Entre eles, dois se destacam: um de Wayne Mcdonnell (da Inteligência do Exército dos EUA) intitulado “Analysis and Assessment of Gateway Process” de 1983 – endereçado ao comando da US Army Operational Group com um resumo das investigações da CIA sobre o que muitas vezes é chamado de “Plano Astral” entre ocultistas e esotéricos.
E outro, um curioso manuscrito sobre os perigos das pesquisas em Percepção Extra-sensorial – “ESP Research and Its Dangers” de 1985. 
A noção de Plano Astral está associado a certas religiões orientais como o hinduísmo, jainismo e budismo – noção fundamental para o conceito de “nirvana”. Ou para os espiritualistas, um plano além do mundo material que consiste em diversos planos vibratórios ou “regiões” através das quais poderíamos viajar ao mudar o foco da consciência.

 
Algumas religiões acreditam que o Plano Astral somente poderia ser acessado depois da morte. Mas a partir das pesquisas e experiências da chamada “Projeciologia”, seria possível projeções da consciência e experiência fora do corpo (projeção astral), isto é, a “saída” da consciência do corpo físico e a manifestação em uma dimensão extra-física.
Embora a Ciência descarte essas experiência apenas como solipsistas estados alterados da mente, parece que a CIA e a USAISCOM (United States Army Information Systems Command) levaram tudo isso muito a sério. 
O documento inicia fazendo um resumo das técnicas mais conhecidas de projeçãoo astral e seus fatores biomédicos: hipnose, biofeedback, meditação transcendental. 

Hemi-Sync e o Instituto Monroe

Mas o documento trata principalmente do chamado “Gateway Process” e a técnica “Hemi-Sync” – sincronização dos hemisférios cerebrais, técnica desenvolvida por Robert A. Monroe (1915-1995) e o seu Instituto Monroe dedicado a pesquisas sobre estados de consciência e experiências da consciência fora do corpo.

 
Monroe desenvolveu o Hemi-Sync - sincronizar a amplitude de frequência dos dois hemisférios cerebrais para criar estados alterados que permitam à consciência transitar por diversos “focos”, até chegar ao “21” no qual escapamos das restrições de tempo e espaço indo tanto para o passado quanto futuro.
O Instituto Monroe manteve diversos contratos com o complexo de Inteligência Militar dos EUA, até o ano da morte do seu fundador em 1995. Como podemos perceber no documento de Wayne Mcdonnell, havia o interesse em treinar agentes na arcana ciência da visão remota como ferramenta de espionagem.
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