Banda Larga limitada

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Em evento realizado pela Abrint (Associação Brasileira de Provedores de Internet e Telecomunicações), o presidente da Anatel, João Rezende, afirmou que a agência não irá regular ou controlar os modelos de negócio das empresas prestadoras de acesso à Internet. Isto quer dizer que as empresas de telefonia estão liberadas para concretizar o plano que fora anunciado algumas semanas atrás e barrado pela presidenta Dilma Rousseff, mas que agora liberado pelo governo interino, que é estabelecer uma franquia de consumo de dados na banda larga fixa. A partir do ano que vem, o serviço oferecido por Net, Vivo e Oi não será mais por velocidade, mas por volume de dados. A princípio esta ação aparenta ser uma atitude contrária às próprias empresas de Telecom, pois acredita-se que alguns assinantes podem até mesmo cancelar seus planos de internet. Mas, veja só, é exatamente isso que as operadoras querem. Oferecer banda larga por cabos de fibra ótica é caro. É muito mais interessante para elas oferecerem planos de cobertura via rede celular. Hoje, mais de 70 milhões de brasileiros navegam na internet por smartphones. Com essa medida, espera-se que esse número aumente aliado ao oferecimento de acesso por 4G e 5G. O Brasil está em pleno processo de migração do sistema de transmissão analógico para digital, o que irá liberar a faixa de 700 MHz utilizada pelas emissoras de TV. As operadoras já estão se preparando para utilizar esta faixa e a utilização de franquia na banda larga fixa poderá impulsionar muitos consumidores para esta plataforma. Pesquisa da eMarketer coloca o Brasil no sexto lugar entre os países com maior penetração de celular na América Latina e aponta que até 2020, 63,1% dos brasileiros terão smartphone. É este nicho que interessa às operadoras. Mas, o que interessa a nós, o público? Isso não vem ao caso.