Se na ditadura a grande imprensa apoiou o golpe agora ela o promove

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Este é um texto pessoal, não é baseado em pesquisas, mas sim nas leituras históricas que fiz e contextualização do momento em que vivemos hoje em nosso país. Uma nova tentativa de GOLPE está em marcha. Isso parece ser comum à elite brasileira. Se a situação não está como eles querem, é simples: GOLPE.
Ao meu ver tudo começou com a vinda da família real portuguesa para o Brasil em 1808. A parte positiva dessa história todos sabem: abertura dos portos às nações amigas, criação da imprensa brasileira, escolas, museus e etc. Porém, a vinda da família real teve uma consequência péssima para o país e que ficou entronizada na cultura brasileira. Na década de 70 um comercial estrelado pelo ex-jogador Gérson ficou marcado como a “lei de Gérson”, o brasileiro gostava de levar vantagem em tudo. Injustiças à parte cometidas contra o ex-atleta, não é que o brasileiro goste de levar vantagem em tudo, mas sim foi o modo como ele aprendeu a galgar os degraus da escada social. Para subir de uma classe social à outra, só mesmo fazendo acordos, politicagem, passando alguém para trás, pagando propina, deixando-se levar pela corrupção. E isto começou com a vinda da família real para o Brasil. Ao chegar aqui, D. João instituiu a classe alta e aristocracia brasileira. Sem pudor impôs até mesmo que moradores desocupassem suas casas para que membros de sua comitiva as ocupassem. Quando uma casa era escolhida por um membro da comitiva ela era marcada com um P.R (Príncipe Regente) e os moradores tinham prazo para sair. Para fazer parte desta nova classe social, só sendo amigo do Rei. Naquele tempo a cada três brasileiros, um era escravo. Para fazer dinheiro, criou o Banco do Brasil e dava aos novos acionistas, títulos de nobreza. Nos oito primeiros anos no Brasil, D. João outorgou mais títulos de nobreza do que nos trezentos anos de história da monarquia portuguesa. D. João foi embora e deixou aqui seu filho que manteve os privilégios desta nova classe. Seus descendentes continuaram regendo o país aos trancos e barrancos até que em 1989 a monarquia é deposta por meio de um GOLPE militar. O Marechal Deodoro da Fonseca instaura a República no Brasil, pois a elite oligárquica e os novos ricos brasileiros estavam descontentes com as aspirações liberais da Coroa brasileira, dentre elas, a libertação dos escravos. Esta foi a gota d’água para que os latifundiários tomassem o poder por meio dos militares. De lá, até o outro GOLPE de 1964 o Brasil contou apenas com presidentes ligados à elite rural, industrial, ou militar. Mesmo Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek e João Goulart que tiveram governos mais populares eram de famílias ligadas à elite da época. Novamente, quando um governo tenta governar para o povo a elite por meio dos militares, intervieram e governaram para a elite. Lula foi o primeiro presidente vindo do povo que quebrou este ciclo. [caption id="attachment_1136" align="aligncenter" width="700"]fora-dilma5 Manifestações 2015 - Foto: Internet[/caption] Agora, a história está se repetindo. O governo popular dos presidentes Lula e Dilma Rousseff estão sendo acuados com as mesmas estratégias utilizadas no passado. Novamente surge o discurso de salvar o Brasil. Porém, desta vez os militares não têm condições de agir. Hoje seria impensável uma justificativa que corroborasse uma ação militar, muitas vozes tentaram conclamar o exército, mas não há mais o comunismo nem uma guerra fria. Quem então deve ocupar o lugar dos militares na marcha para o GOLPE? A grande imprensa. Esta faz hoje o papel do braço armado da elite, pois ela tanto pertence a classe dominante, como é financiada por ela. Se em 1964 a imprensa apoiou o GOLPE, agora ela o promove, por meio de uma cobertura parcial e panfletária, tenta fazer o discurso do impeachment ser aceitável e desejável pela população. Dá voz à loucura da oposição em acreditar que nos dias de hoje, o GOLPE se daria da mesma forma que os anteriores, SEM O POVO NA RUA. A sanha governista dos políticos do PSDB é tamanha que não importa se uma luta civil se travar no Brasil e nos levar ao atraso, à barbárie. Talvez seja isso mesmo que querem, pois assim se justificaria toda política entreguista que sempre pretenderam impetrar ao Brasil. A elite brasileira é a mesma desde a vinda da família real, as oligarquias são as mesmas e os conflitos também. A república café-com-leite ainda tenta impor sua agenda, mas não se deram conta de que o Brasil pós Lula já não é o mesmo.