Por que criar filhos é um ato político?

Criar filhos é, sim, um ato político. Para que desde já eles possam curar as feridas do mundo, que sofre com uma política excludente que fragmenta e busca manter a sociedade estruturada em chagas como as do racismo, do patriarcalismo, da misoginia, da homofobia e de preconceitos desenfreados

Tati, Francisco, Plínio e Helena: Criar Filhos é um ato político (Arquivo pessoal)
Escrito en OPINIÃO el

Por Tati Fávaro e Plínio Teodoro*

Desde que nascemos, todo nosso desenvolvimento se dá na relação com o outro. Viver é relacionar-se. É criar laços entre o desenvolvimento do indivíduo e a evolução da sociedade em que ele vive.

Toda relação é política, no sentido etimológico da palavra: de viver e se relacionar na cidade (polis), de ser cidadão. E é na família, nossa base social, onde começamos a fazer política.

Na relação com a família, mais precisamente com a mãe e o pai, que construímos nossa identidade e nossos padrões de comunicação e relacionamento, que depois são transportados para a sociedade.

Portanto, não existe evolução sozinho. Toda evolução social parte da relação entre indivíduos. Em um processo co-evolutivo.

Criar Filhos

O Criar Filhos, como rede ativista de criação consciente, nasceu quando nós - Tati Fávaro e Plínio Teodoro - recebemos Helena e Francisco como parceiros de aprendizado. E, então, percebemos que a política que fazíamos na comunicação com o mundo começava dentro de nossa casa.

Tempos depois, o Criar Filhos foi adotado pela Dri Delorenzo e pelo Renato Rovai, que têm a parceria do Luca e da Carol nesse fazer política em casa.

Juntos, acreditamos que uma mudança política no mundo passa, impreterivelmente, pela mudança na política que fazemos em casa. Na forma consciente de receber e criar nossos filhos, com uma base ideológica inclusiva, aguerrida e, sobretudo, amorosa.

Criar filhos é, sim, um ato político. Para que desde já eles possam curar as feridas do mundo, que sofre com uma política excludente, de devastação levada a cabo pelo consumismo desenfreado e egoico, que fragmenta e busca manter a sociedade estruturada em chagas como as do racismo, do patriarcalismo, da misoginia, da homofobia e de preconceitos desenfreados.

Em rede, acreditamos que podemos aprender junto com nossos filhos que é possível, necessário e se faz urgente mudar essas estruturas pela raiz, por meio de um novo olhar nesta base social onde nos tornamos ser político: a família.

Entendemos que é possível, necessário e se faz urgente conectar milhares de pessoas no Brasil e no mundo que plantam hoje essa semente do amanhã. Sem medo, pois sabemos que esse tempo vai passar, com fé na vida. Fé no homem. Fé no que virá.

A partir de agora, o blog Criar Filhos, que nasceu nas redes sociais, será "criado" com muita consciência por todos aqueles que não querem nunca parar de sonhar.

Se você carrega esse brilho no olhar, convidamos para se juntar ao Criar Filhos. Juntos nós podemos tudo, nós podemos mais. Vamos lá fazer o que será!


* Tati Fávaro e Plínio Teodoro são pais de Helena e Francisco e especialistas em comunicação e relações humanas. Ela é ainda jornalista e doula. Ele é também jornalista, editor de Política desta Fórum, e terapeuta. Juntos são idealizadores do Criar Filhos, rede ativista de criação consciente

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