DIÁRIO DA CHINA

Como tem sido minha rotina culinária na China

Aos poucos ajusto os meus hábitos alimentares à experiência em um país estrangeiro

Créditos: Reprodução internet - Yakissoba, minha referência da comida chinesa, e arroz com feijão, minha combinação preferida da culinária brasileira.
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A alimentação talvez seja um dos aspectos mais sensíveis da minha experiência na China. Assim que desembarquei no país, não consegui me adaptar ao cardápio picante de Chengdu, capital da província de Sichuan, no sudoeste chinês, onde cumpri quarentena de 10 dias.

A culinária chinesa com a qual estou habituada no Brasil é a cantonesa, típica de Macau, que até 1999 esteve sob domínio de Portugal e atualmente é uma região administrativa especial da China. Os primeiros imigrantes chineses que desembarcaram em solo brasileiro eram dessa região. Daí a afinidade. Yakissoba, frango ou porco agridoce, arroz colorido e rolinho-primavera sempre foram minhas referências da comida da China. 

Em Beijing, nos primeiros dias, eu usei bastante o delivery. Com a barreira do idioma, optava por escolher os pratos pelas fotos, confesso. Mcdonald's, Burguer King e restaurantes italianos eram minha principal escolha. Mas essa dieta cansa e enjoa, além de ser muito cara.

Mais adaptada às redondezas de onde moro, agora consigo ir ao supermercado e faço a minha própria comida. Pão, queijo, presunto, ovos, café, tomate, cenoura, alface, salsão, peito de frango, linguiça, peixe, cebola, alho, pimenta do reino, sal, molho de tomate, cuscuz marroquino (de sêmola) e … arroz. Como não sou fã de enlatados, nem me aventurei no feijão. A carne vermelha é muito cara. Pretendo comprar mais carne de porco, mas ainda não tive oportunidade de achar um corte que me interesse.

Filha de goiana e na terra do arroz, senti muito a diferença, pois prefiro soltinho e bem temperado. Há uma infinidade de opções nas gôndolas. Minha escolha foi pela afinidade: o tailandês foi o que mais me pareceu ao que estou acostumada no Brasil. Ainda estou ajustando o modo de preparo, mas para mim é uma comida confortável.

As receitas são simples e práticas, pois tenho apenas uma panela e uma frigideira e não disponho de muitos utensílios. Recentemente, comprei assadeiras de alumínio descartáveis e vou me aventurar no forno. 

Massa, arroz com alguma carne (que sempre fiz para os meus filhos), cuscuz marroquino com legumes ou frango com molho. Em geral eu tento abrasileirar o máximo possível minha alimentação, com uma pitada aqui e outra ali de sabores asiáticos. Pretendo me aventurar mais pelos temperos daqui.

Quando há atividades externas, almoçamos em restaurantes. É uma chance de conhecer melhor a culinária da capital chinesa. O ponto alto, para o meu gosto, são os legumes e verduras. E sempre as frutas, que são muito saborosas.

Meus planos culinários são me sentir segura com o que sei que eu gosto, sem abrir mão de experimentar os novos sabores que a China me proporciona. Uma espécie de caminho do meio.

Até amanhã!