Lula dispara nas pesquisas; eleitor rejeita privatizações, e tucano Alckmin patina abaixo de 5%

Os números da pesquisa CNT/MDA apontam que (descontados brancos e nulos) Lula estaria a 2 pontos de vencer a eleição no primeiro turno. Alckmin patina, e o programa privatista - associado ao PSDB - é rejeitado pelos eleitores. Pesquisa Ibope, divulgada logo depois, indica quadro muto parecido.

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O resultado da pesquisa CNT/MDA, que aponta o avanço de Lula e do PT na campanha presidencial, já seria suficiente para apavorar os estrategistas do golpe jurídico-midiático: Lula (PT) - 37,3% Bolsonaro (PSL) - 18,8% Marina (Rede) - 5,6% Alckmin (PSDB) - 4,9% Ciro (PDT) - 4,1% Alvaro (Podemos) - 2,7% Boulos (PSOL) - 0,9% Amoêdo (Novo) - 0,8% Meirelles (MDB) - 0,8% Daciolo (Patriota) - 0,4% Outros - 0,4% Lula cresceu cinco pontos desde o levantamento CNT/MDA de maio, o que indica que a decisão da ONU exigindo a libertação do ex-presidente, e a campanha eleitoral que se inicia nos Estados fazem consolidar-se a ideia de que o candidato do PT é perseguido e vítima de injustiça. Alckmin naufraga fragorosamente, abaixo dos cinco pontos. Mais que isso: o tucano tem potencial de voto (eleitores que dizem considerar, talvez, a hipótese de votar nele) abaixo de Marina e Ciro, e bem abaixo de Bolsonaro. Outra pesquisa, da Ipsos/Estadão, publicada no último fim-de-semana,já mostrara que o  tucano é também o campeão nacional de desaprovação entre os candidatos (70% rejeitam o candidato do PSDB e do "mercado"). Lula é o que tem maior aprovação (próxima dos 50%). Você que vive nas bolhas de classe média em São Paulo/Rio/Brasilia/Curitiba deve ficar espantado né? Afinal, “todo mundo” passou os últimos anos ouvindo Lula ser chamado – em ambiente públicos - de “ladrão”, “chefe da quadrilha”, “molusco”. E o povão não reagia, não o defendia, ouvia a tudo em silêncio. O povo brasileiro, vilipendiado, acostumado a ser tratado de forma violenta e humilhante pela elite e a classe média, prefere resistir em silêncio. Mas a pior notícia para a Globo, os Bancos e a parcela golpista do Judiciário é observar que o programa neoliberal segue ultraminoritário no Brasil. A pesquisa CNT/MDA também perguntou ao eleitor qual seria a reação dele diante de um candidato que prometa privatização: só 17% disseram que “aumentaria a chance de votar nele”; para 31,8%, seria indiferente; e 38,8% afirmaram que “diminuiria a chance” de votar num candidato associado às privatizações. Alckmin e Meirelles, candidatos do mercado, estão amarrados não apenas ao desastre que foi o governo Temer. Mas amarrados a um programa indefensável num país tão desigual, e que precisa de mais Estado – e não menos Estado como macaqueia a subclasse média. A elite brasileira está numa enrascada. Deu o Golpe contra Dilma imaginando que, longe do poder, Lula encolheria e iria parar na cadeia já abatido e derrotado. O plano golpista era prender Lula quando ele tivesse uns 10% de apoio na sociedade, encerrando assim o ciclo petista. Deu tudo errado. Essa gente não conhece o Brasil. Desconhece a capacidade de resistência passiva do povo pobre e do trabalhador brasileiro. Este blogueiro jamais acreditou em certas “previsões”: - o PT acabou, vai sobreviver como um fantasma; - Lula acabou, virou um presidiário desmoralizado; - Alckmin chegará à presidência, reunindo apoios do Centrão e do grande empresariado. Nada disso se confirmou. Há pelo menos dois meses, insisto que essa eleição se dará sob o signo “anti-sistema”. A brilhante elite brasileira fez o favor a Lula de jogá-lo (aos olhos do povo) para fora do sistema. Lula caminha para se transformar em algo parecido com Getúlio Vargas. Este cometeu o suicídio em 1954, e só então a imprensa e a elite compreenderam o tamanho da ligação estabelecida entre Vargas e o povo trabalhador. Lula foi preso, humilhado, vilipendiado. E só agora a elite brasileira começa a entender o tamanho da ligação existente entre Lula e o povão. O final desse processo ninguém sabe qual será. Mas não deixa de ser divertido notar a surpresa de colegas jornalistas e “analistas” de mercado ao ver Lula cada vez mais forte. É a história, estúpido! Ela volta sempre e é implacável. Divulgado no começo da noite desta segunda (20/agosto), pesquisa Ibope mostra quadro muito parecido: Lula (PT) 37% Bolsonaro (PSL) 18% Marina (Rede) 6% Ciro (PDT) 5% Alckmin (PSDB) 5% Alvaro (Podemos) 3% Eymael (DC) 1% Boulos (PSOL) 1% Meirelles (MDB) 1% Amoedo (Novo) 1% Outros - não pontuaram