Escrito en
BLOGS
el
acabo de chegar do Extra, onde fui, inocentemente, comprar mais uma plantinha pra colocar na varanda.
qual não foi a minha surpresa, era bléqui fraude.
o super estava super lotado, sobretudo o setor de eletrodomésticos.
pessoas iam empilhando coisas nos carrinhos e eu me perguntava se elas de fato precisavam de tudo aquilo.
havia um sujeito numa fila com três Smart TVs no carrinho, a outra levava consigo quatro cafeteiras.
em certo momento, um cabra de microfone em punho anunciou uma oferta: de 399 por 499, e uma multidão se atirou sobre o produto.
foi engano, disse ele, é de 499 por 399, muita gente acabou desistindo, achando que o cabra queria enganá-los.
na oferta do multiprocessador, vi uma senhorinha se acotovelando com gordinhas e marmanjos.
ela não tem a menor chance, pensei.
daqui a pouco, alá ela com a traquitana na mão. vi que ela examinava a peça como um macaco examinaria um iphone.
então, ela me olhou e me perguntou, sem cerimônia: praquê serve isso, moço?
eu disse, pra lavar calcinhas, minha senhora. nunca mais a senhora terá que lavar na mão suas calcinhas, as da suas filhas e as cuecas dos seu marido e do seu genro.
ela morreu de rir e saiu feliz com o objeto, encontrando nele uma funcionalidade.
a moçada, percebi, comprava por impulso e pela suposta vantagem da promoção.
vi um surdo levar pra casa uma head phone.
até, no carrinho de uma senhora muito gorda, vi uma escada dessas de alumínio. a senhora pesava no mínimo cem quilos.
li nas instruções e lá dizia que a fuleiragem suportava até, no máximo, oitenta quilos.
eu olhei pra ela, olhei pra escada e pensei, se disser a verdade ela vai char que eu estou a mentir par levar a escada pra casa na frente dela.
quando percebi que já tinha material para uma crônica, eu dei no pé daquele manicômio.
o midiota é um ser sem alma.
palavra da salvação.