jornalismo de merda

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no teatro, merda é uma coisa boa. diga merda a um ator e ele lhe dará um sorriso ou um beijo na boca. descobri, há pouco, que acionar a descarga inunda o banheiro de coliformes fecais e que, por isso mesmo, deixar a escova de dentes desprotegida resulta numa escovação com merda misturada ao dentifrício. arrrgh! pra você ver como a gente, involuntariamente, come merda. mas a gente bebe merda também. o bilhardário bill gates inventou uma engenhoca que retira água potável das fezes. disse que isso ajudará a resolver o problema da falta de água em algumas regiões africanas. veja você. alckmin, o santo, foi mais longe que gates. para resolver o problema hídrico de sampa, o narigudo teve a brilhante ideia de tratar o esgoto doméstico e torná-lo potável. gates e alkmin, por esse expediente, parecem querer mudar a fórmula da água que passaria de H2O para KH2O. outro dia entrevistei um cidadão que vendia o que ele apelidava de o melhor café do mundo, o blend chama-se jacu bird coffee. jacu, como se sabe, é uma ave e o tal bird coffee é extraído do excremento do pássaro, que engole o grão de café e caga a iguaria. quer experimentar?, perguntou-me o arguto empresário. claro que não, retruquei, e essa fuleiragem deveria se chamar cafezes. onde já se viu? além da parafilia, marquês de sade, o aristocrata doente e pervertido, também usou as fezes como material gráfico. ninguém nunca usou esse termo, mas faço questão de cunhá-lo, sade inventou a escatografia. e é nessa arte que o nosso jornalismo tem se especializado. ao contrário dos exemplos supracitados, no jornalismo merda é merda mesmo. lembro-me que durante o processo vagabundo de impichamento da presidenta, jornalistas cagavam raiva na TV, o que fez minha vó me perguntar: meu neto, por que esses jornalistas andam tão enfezados? eu respondi: é porque estão com as entranhas cheias de fezes acumuladas, minha vó. por isso falam tanta merda. papa francisco concorda comigo. pancho, ou chicão como o chamo, o argentino sem papas na língua, foi taxativo, disse aos jornalistas que espalhar mentiras por aí é igualar-se aos que têm tesão por fezes. e disse mais, disse que o midiota, o que acredita nas mentiras que a mídia conta é um coprófago, um patológico comedor de excrementos. o argento não poderia ter sido mais feliz com essa comparação. vejo o midiota ainda bebê, arrancando as fraldas e comendo as próprias fezes. é um treinamento para, adulto, comer a merda alheia. e chicão disse ainda, mesmo sem dizer, que a midiotia - o mal do século - é um fenômeno mundial. mas interessa-me o fenômeno local. fala-se muita merda nas redações da midiaZona, é só ouvir o vila, o pondé, o manhattan connection e a moçada do roda viva que a casa já começa a feder. miriam leitão, a pig do pig, é uma veterana na modalidade chafurda-fezes. depois que o jornalismo se tornou propaganda política e as redações se converteram numa máquina de difamação e destruição de reputações, a merda tem corrido solta, sem tratamento. não é à toa que redações importantes margeiam o fétido e embostado Rio Tietê, talvez buscando ali inspiração. nunca se produziu tanto excremento como nos últimos anos. leonardo boff, antes de chicão jogar merda no ventilador, apelidou de rola-bosta o articulista “pau mandado” da revistaveja. ao chamar jornalistas mentirosos de coprofílicos e excomungar os midiotas por sua coprofagia, chicão se torna o primeiro membro do alto escalão da santa igreja a usar a escatologia como adjetivo e não como substantivo. é que a palavra tem duas acepções morfológicas, bem o sabe qualquer lexicógrafo. o étimo do substantivo é o grego éskhatos, que significa último, derradeiro... aí, escatologia narra o final dos tempos. já o adjetivo tem como raiz a palavra grega skatós, essa sim significa excremento, o material usado nas redações da midiaZona. portanto, a escatologia aqui trata da escatografia, palavra originalmente criada agora por este filólogo avant la lettre. palavra da salvação.