As mil caras de Serra, reconstruindo uma biografia

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Serra e seu governo pífio em São Paulo (cujos mandatos tanto para prefeito como para governador não foram concluídos) busca desconstruir com uma boa dose de machismo e por meio de uma campanha suja  que aposta em boatos e na completa manipulação dos fatos, a história de vida e a história administrativa da candidata Dilma Rousseff.  Ele precisa desesperadamente que suas mentiras colem, já que Dilma Rousseff foi o braço direito do presidente Lula, o governo de melhor aprovação na história do país e de crescente prestígio internacional.

Ao mesmo tempo, Serra necessita maquiar a sua própria biografia, já que foi ministro de um governo neoliberal que vendeu nosso patrimônio público, privatizando empresas estatais de serviços essenciais e endividou o país, com a crescente dependência do FMI. Foi  um deputado de atuação foi pífia e um prefeito que ficou pouquíssimo tempo no cargo após assumir publicamente com documento assinado em cartório e tudo que cumpriria o mandato até o fim . Finalmente, como governador entrará para a história como um dos homens mais intransigentes e violentos que o governo de São Paulo já teve: todos os movimentos sociais e manifestações pacíficas foram tratados a base da porrada, spray de pimenta e bombas de efeito moral.

Neste sentido, é excelente o trabalho realizado pelos autores do texto a seguir. Bastante informativo e recheado de  links, o texto desconstrói as falácias de Serra em sua tentativa de criar uma biografia edulcorada de 'homem santo' e político 'mais preparado'. Vale a leitura e, principalmente, vale espalhar a  verdade, acessando cada link citado pelos autores e reencaminhando o texto e seus links para a sua rede: e-mail, twitter, orkut, facebook etc.

As 1000 caras de José Serra Por: Vinicius Falseth* e Ricardo Rangel*

Infelizmente o candidato Serra e a sua equipe criaram nas eleições deste ano uma verdadeira onda de terrorismo eleitoral através da utilização de boatos para desqualificar a adversária. Esta postura é inadmissível para um candidato que pleiteia cargo tão importante em nosso país. Contudo, ao analisar a biografia de José Serra, percebe-se facilmente que a ética e a coerência não são valorizadas por ele.

O programa eleitoral do Serra afirma que ele:

É economista, mas não é possível localizar o registro dele em nenhum conselho regional de economia do Brasil. Ele está sendo, inclusive, processado por falsidade ideológica pelo CORECON (veja aqui e aqui).

Foi o melhor deputado na constituinte de 1988. Contudo, os registros mostram que ele teve uma péssima atuação, tendo votado contra os trabalhadores em diversas oportunidades (veja aqui). Sua “média” (numa escala de 0 a 10) ficou em 3,75.

Foi o criador do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador). Entretanto, o verdadeiro criador do FAT foi Jorge Uequed (veja aqui).

Criou os genéricos. Trata-se de outra apropriação indevida por parte do candidato. O autor do projeto foi o ex-ministro Jamil Haddad (veja aqui).

Criou o programa de combate à AIDS. Esta é mais uma afirmação falsa, pois o criador do programa foi Adib Jatene (veja aqui).

Criou o seguro-desemprego. Na ocasião da criação deste benefício Serra fazia parte do governo de São Paulo. O seguro foi criado pelo então presidente José Sarney (veja aqui e aqui).

Ajudou a criar o plano real. Segundo o ex-presidente Itamar Franco, Serra criticou o plano real desde o início (veja aqui). Além disso, FHC ganhou o mérito de forma indevida, pois o grande responsável pelo sucesso foi o ex-ministro Rubens Ricúpero (veja aqui).

É ficha limpa. A questão é: até quando? Serra possui nada menos do que 17 processos na justiça. Um deles é por improbidade administrativa devido ao desperdício de bilhões de reais para tentar salvar bancos falidos com o PROER no governo FHC (veja aqui).

É a favor da liberdade de imprensa. Todavia, algumas ações do candidato colocam em dúvida esta questão, pois Serra desrespeitou jornalistas em diversas ocasiões (veja aqui e aqui).

Vai investir em educação. No entanto, a educação em SP é péssima e, para tentar justificar, o candidato culpou, inclusive, os migrantes nordestinos (veja aqui). Além disso, Serra tem o hábito de “negociar” com os professores grevistas de forma truculenta (veja aqui e aqui).

Colocou dois professores em sala de aula nas escolas de São Paulo. Esta é mais uma propaganda enganosa do candidato (veja aqui).

Vai criar o Ministério da Segurança. Contudo, os delegados de São Paulo recebem a menor remuneração do país (veja aqui).

Recentemente José Serra negou conhecer um antigo aliado (Paulo Souza - conhecido também como Paulo “Preto”) que teria desviado R$ 4 milhões de sua campanha. No dia seguinte Paulo deu uma entrevista à Folha em tom ameaçador. Rapidamente Serra recobrou a memória e partiu em defesa do antigo aliado (veja aqui e aqui).

Serra cobra constantemente explicações sobre o caso Erenice. Para manter a coerência ele deveria exigir rigor nas investigações das denúncias sobre o grande escândalo protagonizado pela filha Verônica Serra. A filha de Serra fundou uma empresa (Decidir.com) em sociedade com a irmã do banqueiro Daniel Dantas (Verônica Dantas). Devido a uma falha no sistema, os dados de quase 60 milhões de correntistas brasileiros ficaram expostos à visitação pública na internet (veja aqui e aqui).

José Serra não tem o hábito de honrar as promessas feitas durante a campanha. Nas eleições de 2004 para a prefeitura de São Paulo o candidato se comprometeu, caso fosse eleito, a cumprir o mandato até o fim. No entanto, algum tempo depois, ele deixou a prefeitura para se candidatar ao governo do estado (veja aqui).

Os eleitores precisam avaliar uma questão importantíssima: qual é a verdadeira cara de José Serra? Em qual Serra as pessoas irão votar: o da grande mídia (televisão e jornais) ou o do mundo real? Esta resposta irá determinar o rumo do nosso país nos próximos quatro anos.

* Vinicius Falseth é Analista de sistemas * Ricardo Rangel é Engenheiro de produção