MP não queria tanto poder de polícia? Pois então investigue de onde partiu a ordem criminosa da paralisação com cheiro de locaute, ontem em SP

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O debate sobre a PEC37 foi caloroso, reverberado pela mídia e ganhou a massa despolitizada e reacionária que sequer sabia de seu conteúdo, mas andava com plaquinhas no meio de reivindicações sérias das jornadas de junho.

Pois bem, a PEC 37 foi enterrada e já que Alckmin sucateou a polícia civil, para aumentar a repressão militarizada que o MP mostre a que veio e investigue e puna os responsáveis pelo crime de deixar milhões de paulistanos a pé, de pararem ônibus sobre pontes desligando os motores.

A ação irresponsável pôs em risco a vida de pessoas, como na foto abaixo: Motoristas da viação Santa Brigida paralisam nos corredores de forma inesperada e abandonam o ônibus, tiram a chave, obrigando passageiros a sair dos coletivos. Passageiros descem nas vias. Ponte entre av. Rudge e av. Rio Branco. Foto e legenda: Marcia Brasil

O sindicato não deve ser punido, pois não foi o comando do sindicato o responsável por isso, ao contrário, como este blog esclareceu ontem, houve uma plenária geral com quatro mil trabalhadores que aprovaram a proposta do sindicato. 

A mídia monopolizada no país é caso de polícia, esta não investigará nada, aproveitará deste crime com toda cara de locaute para fustigar o poder público municipal. Os sujeitos agora não se dão sequer ao trabalho de ligar para o sindicato ou abrir a página do sindicato.

Sindicato pode ser pelego, há vários que são. Mas não dá para comparar a situação vivida em Sampa ontem com a greve dos garis do Rio, sequer a postura dos sindicatos, pois neste caso houve uma Assembleia Geral com 4 mil trabalhadores e a proposta apresentada de aumento foi aprovada.

O sindicato e a Central a que está filiado não é pró PT, portanto, não faz o menor sentido a diretoria fazer uma proposta em Assembleia Geral com a participação de 4 mil trabalhadores, esses aprovarem-na e no outro dia fazer paralisação sem avisar a população. Isso não é prática de sindicatos. Parar no meio de grandes avenidas, pontes, desligar os motores, rir da cara dos passageiros, não é prática de trabalhadores em greve. Hoje, curiosamente toda a imprensa monopolista e bandida não criminalizou nenhuma dessas práticas como faz com todo movimento de trabalhadores organizados. Não é estranho isso?

Pela manhã uma rádio paulistana do agronegócio da família Quércia diz que o sindicato dos motoristas reinvida aumento de 33% por isso parou São Paulo. O sindicato, publicou nota ontem com a aprovação da proposta e não tem uma linha de reivindicação de aumento de 33% num país que a inflação ao ano gira em torno de 6%.

Se eu pertencesse a UGT e ao sindicato dos motoristas de SP eu processava a família Quércia.

Aumenta o zum zum zum daqui e dali sobre orientação das empresas para que motoristas fizessem o absurdo que fizeram ontem. Cada vez mais as ações de ontem tem cara de locaute, rabo de locaute, focinho de locaute. Para mim, motorista que topa fazer isso não merece meu respeito. Mereceria um motorista e cobrador que pra protestarem, deixassem as catracas livres. 

Mas a barbárie enfrentada pelos paulistanos ontem nos mostra outra coisa que bota por terra o discurso neoliberal da imprensa, da oposição sem projetos: privatização e monopólio privado do serviço público fortalecem apenas as máfias.

Se Haddad reestatizasse o transporte público, abrisse um conselho representativo para garantir transparência queria ver  ocorrer algo parecido com esse horror vivido pelos paulistanos.

ATUALIZAÇÃO:

Azenha publicou um texto no Viomundo que levanta a hipótese de greve espontânea. Mantenho a minha e gostaria muito que tivéssemos um MP que nos representasse para que a verdade viesse à tona. 
Aposto em locaute, pois acompanhei a greve espontânea dos garis no Rio, eles conversavam com a população, explicavam o porquê, não fizeram como os malucos de ontem que colocaram em risco a vida de milhares de pessoas e deixaram milhões a pé.
Greve de transporte público sem aviso à população numa cidade como São Paulo na qual trabalhadores passam 4 horas num deslocamento? Sacanagem é pouco para o que fizeram, e se isso for estratégia de luta nós estamos ferrados. 
Se fossem mesmo trabalhadores conscientes teriam liberado a catraca. Greve que só nos ferra e não mexe num centavo do bolso de patrão interessa a quem?

Abaixo a decisão do prefeito Haddad diante dos criminosos que sem avisar a população jogaram décadas de luta dos trabalhadores organizados no lixo. Coletiva sobre greve dos transportes de Prefeitura de São Paulo.

Prefeito considera paralisação do transporte injustificável e inadmissível Prefeitura pedirá providências ao Ministério Público Estadual (MPE) para que puna os responsáveis pelos atos de paralisação do transporte coletivo desta terça-feira (20). Secretaria Executiva de Comunicação 20/05/2014 20:45
Fernando Pereira/SECOM

Em entrevista coletiva no início da noite desta terça-feira (20), o prefeito Fernando Haddad classificou como injustificável e inadmissível o ato de paralisação do transporte coletivo municipal que prejudicou a população desde o início da manhã até a noite de hoje. As paralisações dos ônibus não foram organizadas pela diretoria do Sindicato dos Motoristas de São Paulo e contrariou uma decisão tomada coletivamente em assembleia da categoria, na noite de segunda-feira (19), quando foi aprovada proposta de reajuste 10% no salário, além de inclusão de direitos como insalubridade e aposentadoria especial.

A administração municipal está investigando junto as empresas e sindicato quem poderia ter organizado os atos e acionará o Ministério Público Estadual (MPE) para que tome providências e puna os responsáveis pela paralisação que prejudicou os usuários. A Secretaria Municipal de Transportes estima que o ato tenha prejudicado, em alguns momentos, cerca de 230 mil pessoas e atingiu 14 terminais urbanos.

“Foi uma penalização para a população que foi injustificável e inadmissível. Somos todos trabalhadores. Como é que se toma uma atitude dessas sem sequer anunciar quem você é e qual sua motivação para tomar uma atitude tão radical como essa? Ainda mais contrariando a direção do sindicato, o que ainda é mais incomum”, disse Haddad. Para tentar amenizar os impactos da paralisação, o rodízio municipal de veículos foi suspenso no fim da tarde desta terça-feira (20), o Plano de Apoio entre Empresas em Situação de Emergência (PAESE) foi acionado e guinchos da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) estão retirando os veículos das vias. “Esse tipo de atitude não tem precedentes na cidade de São Paulo. Já houve caso semelhante, mas era fácil identificar a motivação e a autoria. Nesse caso, a motivação não está clara e a autoria tão pouca. É muito incomum o que está acontecendo”, afirmou o prefeito.

De acordo com o secretário Jilmar Tatto (Transportes), a CET e a SPTrans irão preparar um material com toda documentação e informações colhidas sobre o ato para instruir o processo e enviar para o Ministério Público. “Estamos verificando o ponto de vista jurídico e se esse tipo de ação tem envolvimento de parte do sindicato, o que tudo indica que tem, que é um problema de divergência política dentro da entidade e que agiram e extrapolaram as funções do próprio sindicato. Também poderá ser tomada medidas em relação a isso e em alguns casos até do ponto de vista penal”, afirmou Tatto.

As polícias Civil Estadual e Federal também serão acionadas pela Prefeitura para colaborar na punição dos envolvidos. A Prefeitura verificará ainda se caberá multa ou alguma cláusula contratual para punir financeiramente pela não prestação dos serviços, caso as empresas também tenham algum tipo de responsabilidade. “Estamos estudando tratativa para acionar a Polícia Federal, a Polícia Civil do Estado no sentido de abrir um processo de investigação, porque o comportamento foi anormal, se é que existe normalidade nesse tipo ação em serviço público essencial sem avisar antes. A maneira que foi feita foi anormal”, explicou o secretário.

Clique aqui e ouça o aúdio completo da entrevista coletiva

Clique aqui e veja o vídeo na íntegra da entrevista coletiva

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