A Direita asquerosa que nunca aprende: mais uma de Prates (2008)

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Ontem foi iniciada uma ampla campanha contra o racismo na infância, veja aqui. É uma campanha belíssima, para além da poesia e do cuidado ao tratar esta doença social, ela nos chama a atenção para dados concretos: os números que produzem a exclusão. O racismo no Brasil tem cor e endereço: a maioria da população pobre, sem acesso aos serviços básicos e aos direitos constitucionais que deveriam ser garantida a ela, é negra. O racismo produz a miséria que retroalimenta o preconceito e a discriminação.

Quando vemos saídos da favela 'do coração do mal' como diz o secretário de segurança do Rio de Janeiro, de modo perigoso, pois generaliza para milhares de pessoas o estigma do crime, jovens com cuecas aparecendo, mulheres descabeladas e mal vestidas (pois raramente topamos com um loiros de olhos azuis, estes estão no asfalto e tem seus direitos garantidos quando cometem os mesmo crimes, vamos associando à miséria e a cor negra ao crime.

Quando ativistas do combate ao racismo lutam por estabelecimento de cotas considerando recortes raciais e de gênero nas políticas públicas, eles sabem que se elas forem implementadas sem visar o grupo mais vunerável elas dificilmente alcançarão tais grupos.

Há cerca de 10 anos, logo após a assinatura da Declaração de Durban quando o Brasil tornou-se signatário dela, ainda sob governo FHC, o Estado brasileiro assumiu o compromisso de implementar ações afirmativas. Na época, a polêmica de cotas raciais ganhou amplo espaço na mídia para todo o coro contrário expor seu mais amplo desejo de manter o Brasil numa realidade de apartheid racial e econômico.

No discurso de combate às cotas a direita raivosa defendia que o problema do Brasil não era racial e sim de classe, e que as cotas deveriam ser por recorte de econômico.

Pois bem, em julho de 2008 o Senado aprovou o projeto de autoria da Ideli Salvatti, PT/SC (começando a desvendar o ódio de Prates) que seguiu para a Câmara que aprovou em novembro de 2008  cota de 50% para alunos de escolas públicas nas Universidades Federais; que voltou para o Senado e que pelo visto continuou em discussão pois em abril de 2010 o Conae aprovou (mas sem força de lei). Agradeço ao leitor/a que me informe se o projeto foi finalmente rediscutido e aprovado.

Durante a tramitação entre Senado e Câmera deste projeto, adivinhem o que a direita raivosa passou a argumentar? É discriminação! É anti-constitucional! O povo paga imposto! Advinhem qual é o conceito de povo e cidadão no discurso desta direita babona?

Bóra acompanhar o exercício do caso patológico mais exemplar deste discurso, feito há dois anos:

Agora, vejam o resultado dos esforços na implementação de políticas inclusivas  como esta e de outras como o PROUNI aqui. Será que agora vocês entendem a fúria que esta direita raivosa tem contra o ENEM?