Alô, Alô estudantes e educadores! Marcha da Educação

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Sugestão do Yuri por mail. Leia também: O príncipe da Dinamarca estuda em escola pública, bem que a moda poderia pegar Robson França: educação pública deve ser de qualidade independente de filhos de políticos nela estudarem

A MARCHA DA EDUCAÇÃO

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Este não é um evento ligado a um sindicato e tampouco a um partido político

Já chega. A educação pública do país pede socorro há anos. Nos níveis primário e secundário, as escolas estaduais, federais e municipais têm reputação defunta na opinião pública, como um todo. Quando possível, o brasileiro foge para o sistema privado de ensino, mesmo pagando caro por isso: as mensalidades dos colégios particulares sobem mais que a inflação. As raras – e disputadíssimas – boas exceções entre escolas públicas, através de um excludente sistema de ingresso, acabam por fortalecer o insuportável atrelamento entre condição social e nível de instrução.

Na prestigiosa USP, caso você pergunte a um aluno bem-sucedido na primeira chamada da Fuvest em 2010, terá 67,5% de chance de ter como resposta que ele ou ela fez todo o ensino médio em colégio privado. Esse índice atinge 82% se restrito ao curso de Direito em Ribeirão Preto, 90% entre os ingressantes em Relações Públicas ou Engenharia Ambiental em São Carlos e 100% dos alunos do curso de Artes Cênicas.

Some a isso o diagnóstico da falta de profissionais capacitados para funções essenciais (na área da engenharia, por exemplo) e verificamos o estado educacional crítico vivido pelo país.

Simultaneamente, uma maré de otimismo financeiro e uma empolgação desconfiada, gerada pelos dois grandes eventos esportivos por vir, desviam os olhos do noticiário do que realmente fará do Brasil um país desenvolvido.

A Marcha da Educação, organizada de maneira independente, é um ato pelo resgate do sistema público de ensino, a fim de se universalizar a educação de qualidade, através do emprego correto do dinheiro oriundo dos impostos. Reivindica-se que a porcentagem do PIB investida em educação seja, no mínimo, de 10 por cento, o mesmo pedido pelo CNE e dois pontos acima do que o recomendado pela Unicef. Consideramos que os 7% previstos no atual Plano Nacional de Educação (PNE) são insuficientes. E garantimos que, a despeito do receio do nosso ministro, esta e as próximas Marchas da Educação farão com que o PNE seja levado a sério.

A Marcha da Educação também protesta em apoio a uma medida drástica: o Projeto de Lei nº 480, o qual obrigaria políticos eleitos a colocar seus filhos em escolas públicas. Com uma ideia simples mas, para muitos, assustadora, o PL é questionado por alguns parlamentares, os quais defendem a inconstitucionalidade do projeto (leia mais em o que queremos). Inconstitucional ou não, a proposta é certamente a que mais se aproxima do nível de dramaticidade e de urgência do quadro da educação brasileira. MACONHA

Em julho deste ano, a realização da Marcha da Maconha, em São Paulo, gerou protestos em diferentes ambientes reais e virtuais, que incluíam sugestões de temas alegadamente mais importantes que o defendido na ocasião. Sem fazer juízo da relevância daquele ato, a Marcha da Educação atende justamente os órfãos de uma manifestação com causa inquestionavelmente crucial. Da mesma maneira, esta Marcha convoca para as ruas os participantes da Marcha da Maconha (e de qualquer outro movimento) que veem na educação o único meio de um verdadeiro desenvolvimento nacional. CHILE

A Marcha da Educação, apesar de não os tomar como inspiração, declara total apoio aos estudantes chilenos que lutam por um sistema igualitário, público e gratuito. Lutamos pela mesma causa, contudo, é necessário lembrar que o Chile encontra-se 19 posições acima do Brasil no ranking de Índice de Educação pela ONU. Em outras palavras, descartados outros fatores, o brasileiro têm o dever de, em contexto de agitação mundial por melhores condições de vida (vide Espanha, Israel), deixar o papel de espectador para protagonizar o rumo da educação do seu próprio país. DIA 27, ÀS 13H, NO MASP

A concentração será às 13h no vão do MASP, em São Paulo. Percorreremos a avenida Paulista e a rua da Consolação até o prédio da Secretaria da Educação do estado, na praça da República. Traga sua faixa, seus livros e seu apito.

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