Cut: Genocídio da Juventude Negra

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Todo novembro é a mesma coisa: estatísticas atrás de estatísticas sobre a situação do negro no país. Nos últimos dez anos as políticas sociais dos governos Lula e continuadas no governo Dilma fizeram efeito em termos de distribuição de renda e combate à desigualdade. Mesmo os mais conservadores apontam o crescimento da renda da população negra acima da média da população branca. No entanto, o nível de desigualdade em todos os aspectos é tão gigante que a desigualdade econômica entre brancos e negros ainda permanece forte. É preciso atuar em muitas frentes pra diminuir de vez a desigualdade secular criada pelo racismo, por uma abolição sem indenização aos negros.

Durante a cobertura da campanha de Haddad para a prefeitura de São Paulo um dos momentos mais marcantes que vivenciei foi ouvir mães e jovens falando sobre o  Prouni.

Aqui mesmo neste blog reproduzi alguns vídeos.

James Hermínio, estudante de Direito na PUC- São Paulo, durante o evento na Uninove- Liberdade dos Estudantes com Haddad deu um dos depoimentos mais contundentes sobre a transformação possível da educação na vida de jovens negros.

A consciência política, social, étnico-racial deste jovem estudante impressiona. Se não tiver paciência pra ver todo o vídeo, comece a assisti-lo por volta dos 3 minutos e 30 segundos em diante e aprenda com este futuro advogado: a juventude negra não foi feita pra ser morta.

Infelizmente,  as políticas sociais dos governos petistas não conseguiram ainda atingir a segurança pública, não atingem a forma como a polícia militar, herdeira da ditadura militar e sob comando dos governadores é formada e age. É preciso desenvolver urgentemente políticas entre as três instâncias governamentais para atuar contra a violência institucionalizada pelo Estado por meio da violência policial.

Joguemos no lixo o racismo e aprendamos com James, nós não podemos naturalizar a imensa violência que vivemos e permitimos que ela atinja e extermine nossa juventude negra. Precisamos dar um basta nisso. 

Mais de 75% dos assassinatos registrados no País são de jovens negros Por: Flaviana Serafim/CUT-SP

09/11/2012

O jovem negro que mora em bairros da periferia é o principal alvo da violência urbana no País. Do total de assassinatos registrados no Brasil, 53% têm jovens como vítimas e, destes, mais de 75% são negros, segundo dados do Ministério da Saúde.

A discriminação e o preconceito racial têm grande impacto nestas estatísticas alarmantes porque civis é que estão morrendo, porque jovens inocentes, sem nenhuma ligação com o crime, são as principais vítimas de uma polícia repressora, além de vítimas da ausência de políticas de segurança pública que há tempos deveriam ter sido adotadas pelo governo estadual. Falta segurança ostensiva e sobram o despreparo e a brutalidade presentes em boa parte da Polícia Militar paulista.

Rosana Aparecida da Silva, secretária de Combate ao Racismo da CUT São Paulo, alerta para o descaso contra esse tipo de violência. “O movimento negro tem feito várias ações para tentar mudar essa situação, mas não houve nenhuma resposta da Polícia Militar ou do Ministério Público Estadual paulista”, alerta a dirigente. A PM é responsável por uma média de 500 a 600 mortes por ano, segundo denúncia do Núcleo de Cidadania e Direitos Humanos da Defensoria Pública de São Paulo.

Outro problema grave são os casos nos quais a cena do crime é alterada ou a perícia deixa de ser feita corretamente para “maquiar” os assassinatos cometidos por policiais contra pessoas inocentes, sem qualquer ligação com o tráfico.

Juventude Viva- No final de setembro o governo federal lançou o Juventude Viva, programa piloto que faz parte da primeira etapa do Plano de Prevenção à Violência Contra a Juventude Negra. O programa prevê diversas ações para os jovens, como adotar período integral nas escolas estaduais e a criação de espaços culturais. E, ainda, formação adequada para os profissionais que atuam com a juventude, incluindo os policiais militares. Para a secretária de Combate ao Racismo da CUT-SP, é urgente a implantação deste programa em São Paulo. Com a ausência de projetos estaduais e municipais, a iniciativa do governo federal pode ser um caminho para reduzir o extermínio da juventude negra – no momento, talvez a única esperança num Estado onde o governador diz que quem reagir à polícia vai morrer.

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