Da Folha tucana: Todos se cansaram da truculência de Serra, até conservadores apoiam Haddad

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Em 2010 a campanha suja de Serra errou na mão quando deu a mão para o bispo de Guarulhos, aquele que comparou o estupro ao ato de colocar a tampa da caneta em uma caneta! e que partiu desta para melhor (ou pior não sei). Durante a campanha presidencial o Bispo de Guarulhos fez coro acusando Dilma de  abortista, Mônica Serra (que fez aborto) dizia nas ruas do Rio que Dilma era assassina de criancinhas, Soninha Francine (que fez aborto), condenou o aborto e as mulheres que abortam.  Os discursos eram de um cinismo estarrecedor e uma parcela do conservadorismo do governo Dilma pode ser tributado ao baixíssimo nível da campanha do adversário que obrigou a então candidata buscar apoio na bancada evangélica. 

2012: Serra não aprendeu nada com a campanha de 2010 e importa do Rio de Janeiro para São Paulo o pastor Malafaia, que esbraveja barbáries homofóbicas contra Haddad. Serra aposta novamente na mobilização dos valores mais conservadores dos eleitores. Mas como na questão do aborto (quando era ministro da saúde Serra assinou portaria normatizando o aborto no Brasil) Serra na ânsia de atacar políticas públicas em defesa da diversidade se esquece que no governo Alckmin e em seu governo vídeos educativos excelentes contra a homofobia na escola foram políticas de educação para a diversidade na Secretaria da Educação do estado de São Paulo. Vejam o vídeo e a excelente matéria da Conceição Lemes no Viomundo a este respeito.

Não ponho a mão no fogo por nenhuma pesquisa do DataFolha, mas se esta tiver algum crédito me parece que o maior cabo eleitoral de Haddad na classe média que não se envolve com política partidária, mas geralmente tende para um voto conservador foi o pastor Malafaia. A virulência de seu discurso homofóbico, seus ataques rasteiros à diversidade  acabam por ter efeito contrário. Serra ao errar a mão pela segunda vez numa campanha de preconceito exacerbado que estimula o ódio não consegue agradar nem mesmo os conservadores que sempre o apoiaram.

Apoio conservador garante liderança folgada de Haddad

RICARDO MENDONÇA, EDITOR-ASSISTENTE DE "PODER" Folha

21/10/2012 - 06h50

Na simulação de segundo turno da eleição paulistana, o candidato do PT, Fernando Haddad, vence o tucano José Serra mesmo entre os eleitores classificados como conservadores numa escala de posicionamento ideológico criada pelo Datafolha.

Nesse grupo, Haddad tem 46% das intenções de voto contra 33% de Serra. No conjunto, vence por 49% a 32%.

O dado chama a atenção porque em pesquisa semelhante feita pelo instituto em setembro o petista tinha o pior desempenho entre os conservadores, com 12%.

Naquela ocasião, o líder isolado nesse grupo, com 41%, era Celso Russomanno (PRB), hoje fora da disputa.

Os que se identificam com valores conservadores representam 33% dos paulistanos, o maior contingente na escala do Datafolha que agrupa os eleitores em cinco grandes lotes ideológicos.

Extremamente liberais são 6%. Liberais, 28%. Medianos (nem conservadores, nem liberais) somam 23%. E extremamente conservadores, 9%.

Haddad bate Serra em 4 dos 5 agrupamentos, principalmente entre os liberais.

Na pesquisa, o Datafolha usou como referência os métodos e a tipologia política do Pew Research Center em estudos sobre o voto americano.

Cada entrevistado na pesquisa de intenção de voto foi convidado a responder questões sobre valores sociais, políticos e culturais.

Os resultados revelam as opiniões dos paulistanos em vários temas da atualidade.

Pendendo ao conservadorismo, 62% acham que a maior causa da criminalidade é a maldade --34% a atribuem à falta de oportunidades iguais para todos.

Para 71%, adolescentes infratores devem ser punidos como adultos. Entre os mais conservadores, a opinião é compartilhada por 95%. Entre os mais liberais, por 17%.

A maioria também é conservadora em questões sobre drogas e religião. Para 79%, acreditar em Deus torna as pessoas melhores. Para 81%, o uso de drogas deve permanecer proibido.

Pendendo ao lado liberal, 68% associam a pobreza mais à falta de oportunidades do que à preguiça, e 69% dizem que o homossexualismo deve ser aceito pela sociedade.

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