Escalada de violência em São Paulo: Segurança Pública é um dos Direitos Humanos

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No facebook professores amedrontados denunciam que estão recebendo ordens do PCC para fechar as escolas; outros comentam que em algumas áreas da cidade já há queima de ônibus e muita intimidação. Em 2006 vivemos tempos muito sombrios entre a guerra da Polícia supostamente contra o crime organizado, mas que vitimou mais de 500 pessoas (em maio de 2006 executadas pela polícia, dentre elas jovens com deficiências mentais, trabalhadores entregando pizza, e muitos outros sem nenhuma passagem pela polícia e mesmo se tivesse sabemos que não cabe à polícia executar ninguém).

30/10/2012

O Grupo Tortura Nunca Mais de São Paulo está indignado e profundamente preocupado com a escalada de violência e mortes que vêm acontecendo em São Paulo nos últimos meses – e que se intensificou de maneira desmedida nesta última semana quando, segundo a imprensa, foram executadas 50 pessoas a tiros. Em comum, esses assassinatos ocorreram em bairros pobres de São Paulo, da Grande São Paulo e da Baixada Santista, além da cidade de Ribeirão Preto.

Não é possível que não se tenha notícia da prisão dos criminosos ou esclarecimento policial quanto a essas mortes, que já integram tristemente o cotidiano do noticiário.

Gostaríamos de saber se para todos esses crimes foram abertos inquéritos policiais, acompanhados pelo Ministério Público Estadual – com investigações, exames necropsiais e de balística – com encaminhamento ao poder Judiciário.

Lembramos que a Segurança Pública é um dos Direitos Humanos, e não o contrário. Temos todos o sagrado Direito à Vida, e o Estado tem o dever de nos proteger. Temos também o Direito de Ir e Vir, mas a realidade nos mostra um informal, mas verdadeiro “toque de recolher” em muitas localidades, onde a população não sai mais à noite em hipótese alguma. Estudantes deixam de ir às aulas, jovens não saem para encontrar os amigos, famílias se trancam em casa, trabalhadores noturnos têm medo ir e de voltar do trabalho.

O que acontece em São Paulo, afinal? É preciso uma resposta urgente das autoridades, com a profundidade dos dados e com o sentimento de perda que representa a morte de tanta gente – na maioria jovens brasileiros.

QUEREMOS VIDA E PAZ PARA SÃO PAULO.

Pela Vida, pela Paz, Tortura Nunca Mais.

Grupo Tortura Nunca Mais de São Paulo

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