Fala a rua árabe: O complô aprofunda-se

Escrito en BLOGS el

O complô adoece Do Land and People – Tradução: Vila Vudu

28/3/2011

Ontem, Ali Abunima (@avinunu) twitou o seguinte:

“As revoluções árabes queriam ser meios para *diminuir* não para *aumentar* a intervenção, a penetração imperial na região”.

Hoje, Angry Arab escreveu o seguinte sobre a onda de contrarrevolução que cresce em todo o mundo árabe:

“Vou escrever sobre como começou essa imunda contrarrevolução.

Acho que a Arábia Saudita (com apoio de Israel) decidiu fazer abortar, ou capturar, os levantes árabes. Começou logo depois da queda de Mubarak, quando as relações entre a Arábia Saudita e os EUA complicaram-se, porque a Arábia Saudita protestou contra o ‘apoio’ dos EUA à ‘democracia no Egito’ (como se os EUA já não estivessem fazendo de tudo para salvar Mubarak). Mas os EUA logo baixaram a crista e agora EUA e Arábia Saudita voltaram a entender-se e são 100% parceiros, como sempre.

Ontem, ouvi, na Aljazeera, uma ‘notícia’ muito esquisita: diziam que uma delegação de EUA e da União Europeia está no Iêmen, trabalhando para construir a “transição pacífica” no Iêmen. Ora! No Iêmen, os EUA já construíram ou serviram de instrumento para construir todo o regime e todo o aparato militar-inteligência! Os EUA farão, no Iêmen o que bem entenderem. A relação íntima que há entre o príncipe Saud Faysal e Tantawi do Egito é mais um ingredientes desse complô sinistro.

Os EUA e a Arábia Saudita (com Israel ali, junto) tentarão garantir a qualquer custo que os novos governos sejam tão ruins quanto, ou se possível piores, que os antigos.

Logo estaremos assistindo os movimentos deles para por Rif no lugar de Al-Asad e Abdul-Halim Khaddam com os elementos mais reacionários da Fraternidade Muçulmana da Síria, no poder.

Trata-se agora de lutar contra todas as ditaduras que há e contra, também, os 'regimes democráticos' que sejam postos no lugar das ditaduras e que serão, sempre, fantoches de EUA-Arábia Saudita.

A boa notícia é a seguinte: façam os EUA o que quiserem, vencemos o medo e ninguém, nunca mais, conseguirá encabrestar a rua árabe.”

Agora, então, o Império passou para o Plano Z e está usando diferentes meios:

-- intervenção militar da Arábia Saudita no Bahrain (que é praticamente intervenção dos EUA, delegada formalmente a um fantoche-aliado, para proteger as bases navais dos EUA no Bahrain);

-- intervenção imperial direta na Líbia (delegada formalmente à OTAN), para garantir que o próximo governo seja “aliado” (leia-se “subserviente”);

-- manipulação política na Tunísia e no Egito;

-- corrupção do levante no Iêmen, com a entrada forçada de Ali Muhsin no cenário – aparece e, repentinamente, já é líder do levante, pronto para ‘tomar o poder’ de Ali Abdallah Saleh, com as bênçãos dos EUA (já escrevi sobre Ali Muhsin, sem gosto, sem cara, ambicioso e ligado aos sauditas);

-- e em seguida metem-se na Síria, onde, por todos os lados, opera a mão dos EUA-Sauditas.

Os companheiros e camaradas revolucionários na Síria enfrentarão um difícil dilema político.

Pessoalmente, apoio a posição do Angry Arab: derrubar as ditaduras que havia e também os governos ditos ‘democráticos’ que os EUA imponham, e que sejam governos-fantoches dos estadunidenses.