Franklin Martins: a web e o conservadorismo do jornalismo tradicional

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Por Izabela Vasconcelos

O Ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, Franklin Martins, afirmou que o avanço das informações na web é uma influência positiva para o jornalismo, apesar de ser criticada por setores mais tradicionais. Para ele, a internet auxilia o jornalismo a se estabelecer mais como um bem público do que privado.

“A influência da internet é boa para o jornalismo e os jornalistas. Isso machuca o jornalista, porque nós fomos treinados para ficar no Olimpo. Agora todos podem ser tocados pelos leitores. Isso incomoda alguns. Sei que as críticas na internet são violentas, mas com as críticas a gente cresce. Isso torna o jornalismo uma atividade mais pública do que privada”, defendeu. O jornalista abriu o Congresso Mega Brasil de Comunicação 2010, e foi mediado por Audálio Dantas, diretor de Redação da revista Negócios da Comunicação.

Novas possibilidades O ministro vê a internet como uma ferramenta enriquecedora para o jornalismo e diz que é equivocada a visão de que a imprensa de anos atrás era melhor do que a atual. “Alguns jornalistas dizem que não se faz jornalismo como antes. Acho que o processo se tornou mais rico agora. O jornalismo de antes não era mais plural e democrático do que hoje. O surgimento de um novo meio de comunicação sempre foi um oxigênio para o jornalismo. O meio online amplia, não divide as mídias. Ele não vem atrapalhar, vem oferecer novas ferramentas”, enfatizou.

Martins destacou como outro ponto positivo a desconcentração da mídia, promovida pela internet. Para ele, com a redução de custos de papel e distribuição, o jornalismo pode ganhar novas vozes. “A redução de custos permite que quatro, cinco jornalistas se juntem pra fazer um jornal. Antes não se pensava nisso. Vamos voltar a época heróica do jornalismo, o trabalho de grupos”.

Conservadorismo O ministro criticou o posicionamento de grande parte da imprensa brasileira. “Eu, como leitor, me sinto muito chateado de ler os jornais hoje. Parece que você tem que pensar assim, se não está esquisito, está errado. Mas não existe crítico mais severo que o leitor”. E completou falando de parcialidade. “O modelo tradicional tem um sistema de filtros, mas no esquema de manipulação só tem filtro para um lado. Acho que esse negócio de filtro acabou nos jornais de hoje. Se eu não gosto daquele sujeito, não tem filtro”, declarou.

Blog da Petrobras Questionado sobre o blog da Petrobras, Franklin Martins defendeu a iniciativa, como forma de chegar diretamente ao público. “O blog do Petrobras é um case, um trabalho de comunicação bem feito. Quando você percebe que existe tanta mediação que a sua mensagem não chega ao seu publico, cria-se um blog. O resultado disso foi excepcional”.

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