Há 32 anos trabalhava na GM e morreu prensado, operando sozinho máquina que deveria ter dois metalúrgicos

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Quando eu era adolescente fiz uma pesquisa para a Faculdade de Medicina de Saúde Pública sobre as condições de trabalho dos operários cubatenses. Chamava-me muito a a atenção as placas em frente das grandes indústrias informando quantos dias havia se passado sem acidentes fatais nas referidas indústrias. As placas eram frequentemente zeradas, creio nunca ter visto uma que informava 365 dias.

Conhecer histórias como essas (sem esquecer que há trabalho escravo até mesmo na região da av. Paulista) depois de quase 30 anos e depois de termos eleito um ex-metalúrgico para a presidência do Brasil (que teve um dedo amputado em acidente de trabalho) dá uma tristeza sem fim.

Tem capitalista chinês que está vindo para o Brasil montar maior fábrica do mundo de tablets dizendo que somos 'preguiçosos', são do estilo dos que nos EUA fazem seus operários usarem fraldas geriátricas para que não interrompam o trabalho.

Toda a atenção à garantia de manutenção dos direitos trabalhistas conquistados e para a ampliação destes é pouca. Velhos e novos capitalistas com suas velhas práticas de exploração e mais valia miram o Brasil como nunca; a Justiça anda mais cega do que de costume e os governantes e a sanha de tercerizar serviço público estão pouco se importando com a escravização do século XXI. Estamos por nossa própria conta e mobilização como sempre estivemos.

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