Imprensa estrangeira descobre os nossos #CoxinhasDeJaleco

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Aos poucos, o espetáculo deprimente dos médicos brasileiros aos poucos vai sendo conhecido pelo mundo. E ainda é pouco. Ainda falta difundir as fotos e o vídeo do corredor polonês de Fortaleza. Nossos médicos são uma vergonha nacional, mas podem se tornar uma vergonha mundial.

Abaixo, um artigo publicado na imprensa espanhola no domingo, que, com muita paciência, contrasta o discurso dos médicos brasileiros com a verdade a respeito da medicina cubana.

 

OS "ESCRAVOS" CUBANOS DEIXAM OS MÉDICOS BRASILEIROS NERVOSOS

Neste fim de semana chegaram no Brasil os primeiros 400 médicos cubanos, de um total de 4 mil contratados para dar cobertura sanitária às regiões rurais e aos povoados mais pobres do país. As associações dos médicos se opõem à medida, mas o governo de Dilma considera o assunto prioritário e de interesse público e social.

FERNANDO RAVSBERG, direto de Havana, 26/08/2013 09:14 (atualizado em 26/08/2013 09:30), para Público.es

Setores da oposição acusam Brasilia e Havana de submeter os médicos a "trabalho escravo", porque o governo cubano recebe uma parte do pagamento. De todas as formas, alguns voluntários asseguraram a Público.es que os salários serão maiores que em outras missões onde os médicos cubanos participam - algo em torno dos US$ 1,6 mil mensais, o que é muito dinheiro em um país onde a cesta básica familiar custa US$ 100.

Realmente, será difícil probar a acusação de "escravismo", já que a contratação está certificada pela Organização Panamericana da Saúde, ligada à ONU, e lembrando também que Cuba, desde janeiro deste ano, permite aos seus médicos viajar ao exterior, imigrar com suas famílias e trabalhar onde eles quiserem.

O CFM (Conselho Federal de Medicina do Brasil) denuncia que a chegada dos doutores da ilha "expõe a saúde da população a situações de risco". Entretanto, foram pouco menos de mil profissionais brasileiros que aceitaram trabalhar em alguns dos municípios rurais onde não há médicos. Parece um absurdo dizer que para os doentes dessas regiões é melhor viver sem cuidados sanitários que atendidos pelos jalecos cubanos.

Os médicos brasileiros alegam que a formação dos seus colegas da ilha é deficiente. As faculdades de medicina cubanas produzem médicos "todoterreno", dispostos a atender as zonas más inóspitas, capazes de trabalhar com os mínimos recursos, preparados para organizar campanhas preventivas de saúde e muitos com experiência em diagnóstico clínico, imprescindível em lugares onde não se conta com equipamentos nem laboratórios.

O enfrentamento das associações de médicos da América Latina começou quando Cuba afetou seus interesses corporativos, com o envio das primeiras brigadas de saúde aos países da região. O conflito se agravou com a criação da ELAM (Escola Latino Americana de Medicina), instituição que forma gratuitamente milhares de jovens, que retornam às suas comunidades convertidos em médicos. A Operação Milagre, que restituiu a visão a milhares de pessoas na região sem cobrar nenhum centavo, foi um atentado aos bolsos dos oftamologistas, que cobravam até US$ 2 mil por uma operação de 15 minutos.

Em muitos países da região, as associações médicas colocam travas para convalidar os títulos das faculdades de medicina cubanas, mas, pouco a pouco, foram tendo que dar o braço a torcer. Em sua visita a Cuba, o presidente uruguaio Pepe Mujica comentou que em seu país a maioria dos diplomas cubanos são reconhecidos sem inconvenientes. Apenas algumas especialidades mantêm a resistência, justamente as que geram mais lucro aos médicos e às empresas do setor, e que custam mais caro aos pacientes, segundo relatou o próprio Mujica, com certa amargura.

Componente ideológico

O CFM e na oposição brasileira acusam Dilma de contratar colaboradores cubanos por razões ideológicas, mas o Ministério da Saúde do Brasil respondeu mostrando que a grande maioria dos médicos da ilha irá trabalhar em zonas do Norte e Nordeste do país, justamente aqueles lugares para onde não queriam ir nem os brasileiros nem os demais estrangeiros que foram selecionados para o programa, apesar da oferta de gordos salários mensais.

Na realidade, mais que um problema de simpatias políticas, a decisão do governo brasileiro nasce da falta de outra opção. Seu plano de extender a cobertura sanitária a todo o país requer 54.000 médicos. Esta semana, se incorporarão mais 244 professionai de Portugal, Espanha, Argentina e Uruguai, que optaram por trabalhar em zonas próximas aos centros urbanos. Cuba é a única nação capaz de enviar, em pouco tempo, um contingente de milhares de médicos capazes de suprir as zonas mais necessitadas. Um luxo, que só é permitido a um país que conta com quase 80 mil diplomados em medicina, um por cada 150 habitantes, a melhor taxa do mundo.

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